(HD) - Os pilotos da FAB, que majoritariamente prefeririam a compra de jatos russos Sukhoi-35, no lugar de caças norte-americanos F/A 18E (ver comentários em outras matérias sobre defesa neste blog), devem estar com suas esperanças renovadas, em razão da espionagem direta da NSA (agência nacional de segurança) norte-americana sobre a Presidente Dilma Roussef e outros membros do governo brasileiro. As denúncias praticamente sepultam as chances da Boeing vencer a licitação do Programa F-X2.
O Brasil não foi apenas mais um país entre os muitos
espionados pelos EUA, mas o país estrangeiro mais espionado pelos EUA.
Os norte-americanos nos consideram não apenas um adversário potencial,
mas - como criador dos BRICS e terceiro credor dos EUA – o seu pior inimigo, a
nação mais perigosa do mundo, no contexto geopolítico.
Se os Estados Unidos são capazes, do ponto de vista moral, de
espionar até o email dos outros, como o mais vulgar fofoqueiro de escritório ou
hacker ladrão de senha de banco e de cartão de crédito, imagine-se o que não
fariam com os códigos-fonte dos novos
caças brasileiros, e o que não fazem, por meio das empresas (próprias e
originárias de outros países da OTAN), que trabalham na indústria de “brasileira” de defesa.
A nova motorização e aviônica dos caças AMX - os primeiros
exemplares modernizados foram entregues pela Embraer à FAB essa semana - mostram
que, se quisermos, poderemos fabricar aqui mesmo, a partir desse vetor
subsônico, aviões intermediários para cuidar da defesa de nossas fronteiras.
Quanto à compra de caças-bombardeios de primeira linha, a
aproximação com os russos, com a aquisição dos Sukhoi-35 como fator de
dissuasão, nos permitiria entrar de pleno como sócios em bases iguais - com
garantia de desenvolvimento e transferência de tecnologia - no Projeto do PAK FA
T50, o caça multipropósito de quinta geração que está sendo construído em
conjunto por russos e indianos no âmbito dos BRICS.
O PAK-FA está sendo desenvolvido justamente para substituir o
Sukhoi SU-35 (sua tecnologia os russos já asseguraram ao Brasil em caso de
compra), como o principal caça russo para a primeira metade do século XXI. É um
caça-bombardeio polivalente de incrível manobrabilidade (ver vídeo), com um
alcance de 5.000 quilômetros, e carga de 10 toneladas de armas.
Enquanto os EUA fazem o que querem com as nossas
telecomunicações - criminosamente desnacionalizadas no Governo Fernando
Henrique, a ponto de entregar até os BrasilSATs para os mexicanos - a Embraer
se aproxima perigosamente da Boeing, em projetos como o do novo transporte
militar KC-390, originalmente projetado no Brasil, e concebido inicialmente como
um avião regional, sem participação norte-americana.
Considerações de mercado não podem sobrepor-se a interesses
estratégicos nacionais, principalmente quando se trata de “sócios” com a
credibilidade e caráter de nossos vizinhos do norte.