tag:blogger.com,1999:blog-12658175498705056492024-02-18T18:41:41.063-08:00maurosantayana-politica internacionalMauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-78433771989592815982013-09-08T12:29:00.001-07:002013-09-08T12:29:53.156-07:00OS AMX, OS SUKHOI, E OS EUA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhFHeeLBciJtDXjl3KZR4gUFM5Xs-0k36SPhf9EGC4SZY-MLjY3lunSM-5AJP66dzDMujF3_3KpNOch3b6yPmhcR0tvFoU-vDUdJrXaF8bCci3zCwdzcZDaMp78vLpdHDOt_aey7wDBDI/s1600/SU_PAKFA_pic_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhFHeeLBciJtDXjl3KZR4gUFM5Xs-0k36SPhf9EGC4SZY-MLjY3lunSM-5AJP66dzDMujF3_3KpNOch3b6yPmhcR0tvFoU-vDUdJrXaF8bCci3zCwdzcZDaMp78vLpdHDOt_aey7wDBDI/s400/SU_PAKFA_pic_4.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">(HD) - Os pilotos da FAB, que majoritariamente prefeririam a compra
de jatos russos Sukhoi-35, no lugar de caças norte-americanos F/A 18E (ver
comentários em outras matérias sobre defesa neste blog), devem estar com suas
esperanças renovadas, em razão da espionagem direta da NSA (agência nacional de
segurança) norte-americana sobre a Presidente Dilma Roussef e outros membros do
governo brasileiro. As denúncias praticamente sepultam as chances da Boeing vencer a licitação do Programa F-X2. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">O Brasil não foi apenas mais um país entre os muitos
espionados pelos EUA, mas o país estrangeiro mais espionado pelos EUA. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Os norte-americanos nos consideram não apenas um adversário potencial,
mas - como criador dos BRICS e terceiro credor dos EUA – o seu pior inimigo, a
nação mais perigosa do mundo, no contexto geopolítico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Se os Estados Unidos são capazes, do ponto de vista moral, de
espionar até o email dos outros, como o mais vulgar fofoqueiro de escritório ou
hacker ladrão de senha de banco e de cartão de crédito, imagine-se o que não
fariam com os códigos-fonte dos novos
caças brasileiros, e o que não fazem, por meio das empresas (próprias e
originárias de outros países da OTAN), que trabalham na indústria de “brasileira” de defesa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">A nova motorização e aviônica dos caças AMX - os primeiros
exemplares modernizados foram entregues pela Embraer à FAB essa semana - mostram
que, se quisermos, poderemos fabricar aqui mesmo, a partir desse vetor
subsônico, aviões intermediários para cuidar da defesa de nossas fronteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Quanto à compra de caças-bombardeios de primeira linha, a
aproximação com os russos, com a aquisição dos Sukhoi-35 como fator de
dissuasão, nos permitiria entrar de pleno como sócios em bases iguais - com
garantia de desenvolvimento e transferência de tecnologia - no Projeto do PAK FA
T50, o caça multipropósito de quinta geração que está sendo construído em
conjunto por russos e indianos no âmbito dos BRICS. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">O PAK-FA está sendo desenvolvido justamente para substituir o
Sukhoi SU-35 (sua tecnologia os russos já asseguraram ao Brasil em caso de
compra), como o principal caça russo para a primeira metade do século XXI. É um
caça-bombardeio polivalente de incrível manobrabilidade (ver vídeo), com um
alcance de 5.000 quilômetros, e carga de 10 toneladas de armas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Enquanto os EUA fazem o que querem com as nossas
telecomunicações - criminosamente desnacionalizadas no Governo Fernando
Henrique, a ponto de entregar até os BrasilSATs para os mexicanos - a Embraer
se aproxima perigosamente da Boeing, em projetos como o do novo transporte
militar KC-390, originalmente projetado no Brasil, e concebido inicialmente como
um avião regional, sem participação norte-americana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Considerações de mercado não podem sobrepor-se a interesses
estratégicos nacionais, principalmente quando se trata de “sócios” com a
credibilidade e caráter de nossos vizinhos do norte. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/SxZGNFzZPWQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-17550903107663722472013-09-08T12:28:00.001-07:002013-09-08T12:28:16.236-07:00O CAIRO, DAMASCO, E A HIPOCRISIA NORTE-AMERICANA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigLfgt3rdf8zb6ICU-9bbIvNxW7wQc55TdjOhkVDWT9O_ThMl9Kkv5l-d-wIM0eWeMzBtVu6pc0FoG4UEbnR3BbWCa4otS6OhyphenhyphensvMXhwtHuy66AQsMrTrLafts8hbXx6iGfXMMiIaUcco/s1600/US-FLG-BLOOD-93335093937.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigLfgt3rdf8zb6ICU-9bbIvNxW7wQc55TdjOhkVDWT9O_ThMl9Kkv5l-d-wIM0eWeMzBtVu6pc0FoG4UEbnR3BbWCa4otS6OhyphenhyphensvMXhwtHuy66AQsMrTrLafts8hbXx6iGfXMMiIaUcco/s320/US-FLG-BLOOD-93335093937.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">(JB)- John Kerry anunciou esta semana, na Casa Branca, que os
Estados Unidos têm “provas irrefutáveis” do uso de armas químicas pelo Governo
Sírio. Traços de gás Sarin teriam sido encontrados no sangue e nos cabelos de
voluntários que participaram do resgate de civis atingidos logo após um suposto
ataque do governo contra rebeldes no dia 21 de um agosto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Já vimos esse filme. O
uso de armas de destruição em massa pelo governo de Saddam Hussein também foi
apresentado de forma inconteste e irrefutável pelo governo norte-americano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Em nome dessa “certeza”, o Iraque foi bombardeado e invadido,
suas defesas foram destruídas por corajosos jogadores de vídeo-game instalados
a bordo de aviões e porta-aviões, sem um único combate corpo a corpo, e morreram
milhares de crianças e civis iraquianos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">E até hoje nem uma única arma de destruição em massa foi
encontrada - apesar de milhares de soldados norte-americanos terem também sido mortos
ou feridos, tentando ocupar o território virtualmente “conquistado”, de onde os
EUA já se retiraram, depois de centenas de bilhões de dólares em gastos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Na época, o inspetor da ONU Hans Blix – que deu uma
entrevista esta semana ao jornal britânico The Guardian dizendo que não há
justificativa para um ataque ocidental à Síria – negou que houvesse armas de
destruição em massa no Iraque e teve sua missão em Bagdá interrompida pelos
bombardeios norte-americanos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Os EUA costumam usar, sem nenhum escrúpulo, seus eventuais
aliados, e depois livrar-se deles sem nenhuma consideração moral ou ética. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Foi assim, quando se aliaram a Saddam armando-o na guerra
contra o Irã, para depois destruir o seu regime sob um pretexto falso, e persegui-lo
até a execução de sua sentença de morte por enforcamento, no dia 30 de dezembro
de 2006 em Bagdá. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Foi assim que fizeram com Osama Bin-Laden – com cuja família
os Bush tinham negócios - depois de apoiá-lo na guerrilha contra os russos no
Afeganistão, até cercá-lo e abatê-lo desarmado, na frente de sua família, no
dia 2 de maio de 2011, em Abbotabad, no Paquistão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">E foi assim que aconteceu também com Muamar Kadhaffi,
capturado de mãos nuas e espancado brutalmente até a morte, em 20 de outubro do
mesmo ano, em Sirte, na Líbia, a ponto de ter seu corpo transformado em um hambúrguer
diante das câmeras de seus verdugos, armados pelos mesmos países ocidentais que
antes o recebiam e apoiavam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Agora, a história se repete. Os EUA e as grandes redes de meios
de comunicação do ocidente procuram desqualificar
a denúncia da inspetora da ONU Carla Del Ponte, de que teria levantado
evidências, na Síria, de que gás Sarin estaria, na verdade, sendo usado pelos
“rebeldes”, apoiados pelo Ocidente, com a intenção de culpar o governo de
Bashar Al Assad pelo seu uso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Ao invadir outros países sem provas e sem autorização das
Nações Unidas, os Estados Unidos agem como os nazistas, que deram início à
Segunda Guerra Mundial com uma farsa que completou há três dias exatos 74 anos.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">No dia 31 de agosto de 1939 a SS nazista simulou a invasão de
uma rádio de língua alemã, na cidadezinha fronteiriça de Gleiwitz, por tropas
do exército polonês, para divulgar uma falsa
mensagem conclamando a população da Silésia a se revoltar contra Hitler.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Para dar o máximo de verossimilhança aos fatos, os oficiais
de Himmler, disfarçados de soldados poloneses, levaram com eles, também vestidos
com os mesmos uniformes, 12 prisioneiros de campos de extermínio, que foram
abatidos no local, ao final da operação, para que seus cadáveres servissem de
prova da suposta ”invasão” polonesa. No
dia seguinte, 1 de setembro de 1939, as tropas de Hitler, já agrupadas na
fronteira, invadiriam a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Ressabiado, talvez, pela participação – sem provas que a
justificassem – da Grã Bretanha na Guerra do Iraque, o Parlamento inglês negou na última
semana ao Primeiro-Ministro James Cameron autorização para participar do ataque
à Síria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">O mundo espera que o Congresso dos EUA, obedecendo à opinião
da maioria da população norte-americana, tome atitude semelhante. E que Obama
recue, como pode acabar fazendo, de seu plano contra a Siria, estabelecido,
como afirmou John Kerry, em sua entrevista na Casa Branca, para “mandar uma
firme mensagem” a outros países, como a Coréia do Norte e o Irã. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%;">Não se pode aceitar que a mesma nação que apóia e financia,
com bilhões de dólares, o exército golpista egípcio - para que seus soldados massacrem
a população civil nas ruas do Cairo - ataque ou bombardeie Damasco, sob
pretexto de defender a liberdade. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-84969807603761442952013-01-12T01:08:00.001-08:002013-01-12T01:08:28.023-08:00REUNIÃO DO BRICS SOBRE SEGURANÇA EM NOVA DELHI DISCUTE TERRORISMO, PIRATARIA E GUERRA ELETRÔNICA.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49EfOOzG7QRaClDLVUhSODGJZE1YkxyOQ6VZF1M2yJr-A1nlTMO7PQ51SRMVGaQXgPN1Mt-KzQSac8HQDSW9QrIokYQ1lH5yMPW5n4HSs8TTahvn8KfoIe71iETn_5sdpdXUoSzFxeco/s1600/band.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49EfOOzG7QRaClDLVUhSODGJZE1YkxyOQ6VZF1M2yJr-A1nlTMO7PQ51SRMVGaQXgPN1Mt-KzQSac8HQDSW9QrIokYQ1lH5yMPW5n4HSs8TTahvn8KfoIe71iETn_5sdpdXUoSzFxeco/s1600/band.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-line-height-alt: 13.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 22.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O conflito sírio, a situação na Líbia, e a tensão no
Mali, país para o qual o Conselho de Segurança da ONU acaba de aprovar o envio
de uma Força Multinacional, diante da grave deterioração da situação interna,
foram os principais assuntos abordados
na quarta Reunião para Assuntos de Segurança do BRICS, encerrada ontem na
capital indiana, Nova Delhi.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-line-height-alt: 13.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 22.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ao fazer um balanço da reunião, o anfitrião e
assessor de Segurança Nacional do governo indiano, Shivshankar Menon, disse que
os BRICS continuam contrários a qualquer intervenção militar externa na Síria.
E anunciou que foram discutidos também temas relacionados ao combate e à
prevenção do terrorismo e da pirataria, e no campo da defesa cibernética, no
contexto do fortalecimento dos mecanismos de consulta, coordenação e
estreitamento da cooperação estratégica do BRICS nos próximos anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-line-height-alt: 13.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 22.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A intenção é montar, especialmente na guerra
eletrônica, equipes de resposta rápida que possam neutralizar rapidamente
ataques na área. Finalmente, o dirigente indiano sublinhou o alto nível de
entendimento entre os membros do BRICS na maioria dos temas abordados, e disse
que os resultados da reunião serão repassados para as lideranças de cada país,
que deverão voltar a discuti-los na Quinta Cúpula Presidencial dos BRICS, que
será realizada no final do mês de março, na cidade de Durban, na África do
Sul. <o:p></o:p></span></div>
Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-90650089296956147062013-01-07T11:07:00.002-08:002013-01-07T11:07:26.763-08:00O JARDINEIRO URUGUAIO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq10DxE5kcc499R987A0Df-mgQWk2ZbmgK_NeU3-lPFyxt3bUZ8xd7EqVMpRoCJ6nJfQj3VpVBYHCXWJhFXlJT_HoqMQpiX1BVb9Rllb9SM7Ztw4Phw-iTVG8nUAEjN6oJ_lajfu504yA/s1600/MUJICA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq10DxE5kcc499R987A0Df-mgQWk2ZbmgK_NeU3-lPFyxt3bUZ8xd7EqVMpRoCJ6nJfQj3VpVBYHCXWJhFXlJT_HoqMQpiX1BVb9Rllb9SM7Ztw4Phw-iTVG8nUAEjN6oJ_lajfu504yA/s320/MUJICA.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> (Carta Maior) - O <i>New York Times</i>
publicou, neste fim de semana, um perfil do presidente do Uruguai, José Mujica.
Não é a primeira vez que seus hábitos modestíssimos ocupam alguns importantes
jornais do mundo. Mais instigante do que o estranho chefe de Estado e de
governo, que doa quase todos os seus subsídios presidenciais aos pobres, e que
cultiva crisântemos, é o próprio Uruguai, que chegou a ser comparado com a
Suíça nas primeiras décadas do século passado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> A comparação foi injusta para com o
Uruguai, embora o país meridional tenha servido também de paraíso fiscal para
os meliantes de sempre: lavadores de dinheiro e ladrões de recursos públicos
dos países vizinhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> O Uruguai se destacou, na América
Latina, pela coragem de um grande presidente, José Battle y Ordoñez. Quando o
continente se encontrava sob a influência reacionária da Igreja Católica, ainda
em 1906, o presidente, que era homem da poderosa oligarquia uruguaia (seu pai
foi presidente da República e a família continuou poderosa até recentemente),
mandou retirar os crucifixos dos hospitais, promoveu a legislação que instituiu
o divórcio, e proibiu a evocação de Deus e dos Evangelhos nos juramentos
oficiais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> Mais ainda: determinou o sufrágio universal,
reformou, ampliando-o, o sistema de ensino, na confessada e obstinada decisão
de construir uma poderosa classe média. Em seu segundo mandato, de 1911 a 1915,
Battle se declarou contra o imperialismo, estabeleceu o seguro desemprego, com
a lei de compensação contra a falta de trabalho, ao mesmo tempo em que acabou
com os grandes monopólios privados, estatizando-os. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> O Uruguai era, e continua a ser,
país privilegiado pela fertilidade de suas terras, o que o fez um dos maiores
exportadores de carne e de lã do continente. A população sempre foi reduzida, e
urbana: no campo só ficavam os vaqueiros e os cultivadores de trigo. Isso
favoreceu a evolução do país, e contribuiu para que a sua sociedade fosse a
menos desigual do continente, até a onda golpista dos anos 60 e 70 na nossa
América Latina, promovida pelos norte-americanos, e a adesão ao neoliberalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> Com os recursos obtidos no comércio
internacional, o Uruguai foi o pioneiro no mais exitoso sistema de bem-estar
social do hemisfério. A aposentadoria era precoce para os trabalhadores mais
sacrificados, fosse pelas condições físicas da atividade, fosse pela sua
pressão psicológica (como os pilotos de aviões, por exemplo).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> José Mujica talvez exagere em seus
hábitos, ao desprezar a residência oficial dos chefes de Estado e mesmo, como
fez, usá-la como abrigo para os moradores de rua, que o neoliberalismo está
produzindo em seu país. Mas, com isso, ele – como de alguma forma já fizera seu
antecessor, Tabarez Vázquez – despe o poder de seus ornamentos costumeiros.
Constantino, o grande imperador, vestia roupas novas e cobertas de ouro, todos
os dias. Mujica, o antigo guerrilheiro tupamaro, que passou 14 anos preso, não usa
gravatas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> Ao receber, em sua casa (sem
empregados domésticos) o repórter que o entrevistou, Mujica ofereceu-lhe um
trago de cachaça uruguaia, enquanto demonstrava a sua cultura, citando Spinoza.
Lembrou uma passagem de Dom Quixote e Sancho Pança, que, hóspedes de pastores
de cabras, bebem vinho e comem cabrito assado, com seus anfitriões, e observou que os pastores são os
homens mais pobres da Espanha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt;"> “Provavelmente, por isso mesmo, sejam os mais
ricos”, completou o presidente, que é contra a reeleição, e pretende voltar a
plantar flores, quando seu mandato terminar. <o:p></o:p></span></div>
<b><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 14.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></b>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-17425608222436509962012-12-26T07:03:00.001-08:002012-12-26T07:03:42.670-08:00O BRASIL, A ARGENTINA, OS ABUTRES E A "LIBERTAD".<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG0LpB66LWTmBPKxI8X-1A3UE8R98cesmVWD05BPSG1n-9waUeyIbmDufsLK8j6J8bUI0JJXet3G5EAda4wBk-3IAUxMIXx_2LRAL7RPGUITFLKREkvrOr0r_EZdvYPERgo_EyC0BWZko/s1600/ARAL.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG0LpB66LWTmBPKxI8X-1A3UE8R98cesmVWD05BPSG1n-9waUeyIbmDufsLK8j6J8bUI0JJXet3G5EAda4wBk-3IAUxMIXx_2LRAL7RPGUITFLKREkvrOr0r_EZdvYPERgo_EyC0BWZko/s320/ARAL.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"> (HD) - O Tribunal Internacional Sobre o Direito do Mar, de Hamburgo, decidiu, por unanimidade, que a fragata-escola Libertad, da Marinha de Guerra da Argentina, seja devolvida imediatamente ao governo daquele país. A retenção da nave, em 2 de outubro, foi um ato hostil que, fossem outras as circunstâncias, corresponderia a uma declaração de guerra. O governo de Gana se submeteu a uma ordem de um juiz de Nova Iorque, logo de um terceiro país sem jurisdição sobre Gana, nem sobre a Argentina.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 29px; line-height: 33px;"> A sentença é considerada, pela imprensa internacional, como uma vitória do Governo Cristina Kirchner sobre o Fundo “abutre” NML Elliott, com sede nas ilhas Caimãs. A Argentina negociou com os portadores dos seus títulos, quando da crise entre 2005 e 2010, o pagamento com descontos, mas houve aqueles que não aceitaram o acordo. O investidor judeu-americano Paul Eliott Singer, mediante os fundos hedge que controla, comprou no mercado secundário esses títulos e quer resgata-los pelo valor de face, de 370 milhões de dólares. Apesar da sentença do tribunal marítimo das Nações Unidas, ainda há o temor de que o governo de Gana se negará a devolver o barco. O Brasil, de forma discreta, está tendo um papel decisivo nesse processo. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"> A Argentina não tem embaixada em Acra, onde, além de possuir representação diplomática, o Brasil mantém, desde 2006, um avançado laboratório da Embrapa.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"> Foram liberados, também, pelo nosso país, cerca de 100 milhões de dólares em créditos para aquisição de equipamentos e sementes brasileiras para o Programa Mais Alimentos África, de promoção da agricultura familiar, e estão em curso outras iniciativas, como o Programa África-Brasil de Cooperação em Desenvolvimento Social.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"> Segundo a imprensa portenha, os contatos para a mediação do Brasil no assunto são conduzidos pela Chancelaria Argentina e o embaixador Ruy Nogueira, Secretário-Geral do Itamaraty. O Secretário-Geral coordena o apoio à diplomata Susana Patarro, que se instalou em uma sala da embaixada brasileira em Acra há mais de um mês, deslocada da representação argentina na Nigéria, e aos 45 marinheiros argentinos que ainda se encontram em Gana, depois da repatriação do grosso da tripulação do navio-escola.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"> A questão por trás da disputa do fundo “abutre” NML Elliott com o governo argentino não é apenas financeira, é também política. O bilionário norte-americano Paul Singer, que controla o Fundo Elliott, que compra bônus de devedores em dificuldade, para depois lucrar com a sua venda, ou o recebimento integral de seu valor, é proeminente membro do Partido Republicano e foi o principal doador das campanhas presidenciais de George W. Bush para a Presidência da República – além de doar um milhão de dólares para a campanha de Mitt Romney. É financiador do grupo de direita Swift Boat Veterans. </span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;">Este texto foi publicado também nos seguintes sites:</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 29px; line-height: 33px;"><br /></span></span>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-top: 5.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://www.vermelho.org.br/se/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=201766">http://www.vermelho.org.br/se/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=201766</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://contextolivre.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html">http://contextolivre.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-a.html">http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-a.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://boilerdo.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-a.html">http://boilerdo.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-a.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html">http://brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d5c82d99f0edb85fc94ffa4204146aad&cod=10683">http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d5c82d99f0edb85fc94ffa4204146aad&cod=10683</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://minutonoticias.com.br/mauro-santayana-o-brasil-a-argentina-os-abutres-e-a-libertad">http://minutonoticias.com.br/mauro-santayana-o-brasil-a-argentina-os-abutres-e-a-libertad</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://militanciaviva.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html">http://militanciaviva.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://marivalton.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html">http://marivalton.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://blogln.ning.com/profiles/blogs/mauro-santayana-o-brasil-a-argentina-os-abutres-e-a-liberdad?xg_source=activity">http://blogln.ning.com/profiles/blogs/mauro-santayana-o-brasil-a-argentina-os-abutres-e-a-liberdad?xg_source=activity</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://www.gamalivre.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html">http://www.gamalivre.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 5pt;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><a href="http://blogoleone.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html">http://blogoleone.blogspot.com.br/2012/12/o-brasil-argentina-os-abutres-e-libertad.html</a><o:p></o:p></span></div>
</div>
Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-19870341973243619542012-09-26T06:48:00.002-07:002012-09-26T06:48:53.877-07:00OS CRIMES ANTIGOS E OS SINAIS DE GUERRA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuCGl0v309ZG6IvE4p4tF-ZkutlOkMk1HsB9P72MoCw8TqMBXb0S-K4lrGJrYnzsBMflpAq0EIA5aou8Tv6aCQXJRW3ei96PUIiR0QQKKYZ8EhSYNeLcCOVYYRtpbqEGFmZU6Srw2zi_s/s1600/bbcc.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuCGl0v309ZG6IvE4p4tF-ZkutlOkMk1HsB9P72MoCw8TqMBXb0S-K4lrGJrYnzsBMflpAq0EIA5aou8Tv6aCQXJRW3ei96PUIiR0QQKKYZ8EhSYNeLcCOVYYRtpbqEGFmZU6Srw2zi_s/s400/bbcc.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Em 13 de dezembro de 1937, depois de violentos ataques de artilharia, o exército japonês invadiu a cidade chinesa de Nanquim. Os prisioneiros militares e civis, todos desarmados, e alguns com suas mãos amarradas por cordas, foram fuzilados. Os militares chineses se haviam rendido sob a garantia de vida. Segundo os cálculos, de 200.000 a 300.000 morreram nas quatro semanas de chacina, da manhã à noite.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Dezenas de milhares de mulheres, muitas delas ainda meninas, foram estupradas antes do fuzilamento. Os japoneses criaram, em Nanquim, um governo fantoche, que durou até 1945, e foi eliminado com a derrota do Imperador. Foi um festim de sangue e de desonra. No fim da guerra, os dois chefes militares, que comandavam as tropas japonesas, foram julgados, por um tribunal de guerra do Oriente, e executados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">O massacre de Nanquim ficou na história como um dos mais nefandos crimes cometidos contra a Humanidade. Os chineses, conhecidos por sua memória histórica, guardam seu justo ódio até hoje contra os japoneses, que tentaram, desde então, desmentir o que fizeram. Há, no entanto, farto documentário sobre a chacina, nele incluídas centenas de fotografias, feitas pelos próprios japoneses e divulgadas no mundo inteiro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Nos últimos dias surgiu novo conflito, por enquanto diplomático, entre as duas nações asiáticas. Em uma distância quase equivalente entre a China e o Japão há um conjunto de ilhas, disputadas historicamente entre os dois países. Elas são as Sendaku (em japonês) e Diahoyu (em chinês). Estavam sendo ocupadas por empresas privadas, e os chineses as deixaram de lado, ainda que na reivindicação permanente de sua soberania. Agora, o governo japonês moveu uma peça no tabuleiro, que se encontrava imóvel, ao comprar dos particulares o domínio sobre o pequeno arquipélago e colocar ali o marco de sua soberania. Imediatamente, a população chinesa reagiu contra as firmas japonesas que se estabeleceram em seu território, obrigando muitas delas a interromper suas atividades e repatriar seus executivos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">O governo chinês advertiu, claramente, os Estados Unidos para </span><span style="font-size: x-large;">que se mantenham alheios ao confronto, diante do oferecimento de Leon Panneta de intermediar o entendimento entre os dois países. E voltou a exigir que o Japão reconheça a sua soberania sobre as ilhas. Este é um sinal de perigo, mas há outros.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Em 1955, pouco antes de morrer, Ortega y Gasset fez uma conferência para administradores de empresas, em Londres. Propôs, ali, uma tese inusitada, a de que, provavelmente não haveria mais guerras no mundo. Se não houvesse mais guerras, como seriam resolvidos os grandes conflitos da História? Não há problema maior para o homem do que o da guerra e da paz. Alguns historiadores concluem que a Guerra </span><span style="font-size: x-large;">de Tróia ainda não terminou. Outros, mais atentos à contemporaneidade, acham que, desde agosto de 1914, com o início do grande conflito bélico, vivemos uma “guerra civil mundial”. Os fatos demonstram que as guerras antigas, ainda que envolvessem coalizões e buscassem o equilíbrio de poder regional, nasciam de divergências entre duas nações. A partir de 1914, o que se encontra em jogo é o império mundial. E se trata de uma guerra civil porque não envolve somente as nações com seus exércitos, mas interessa aos povos, em luta por sua afirmação nacional e pela igualdade social interna. Os problemas se entrelaçam.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Depois de 67 anos sem guerra global, em um simulacro de paz – desde que as grandes nações não entraram em choque aberto – crescem os perigos de novo confronto internacional. Se a China e o Japão correm o risco de lutar por um pequeno conjunto de ilhas, os Estados Unidos correm o risco de ampliar sua intervenção militar no Oriente Médio, a pretexto do projeto nuclear do Irã.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">Os atos de provocação – que sempre antecedem a sangueira – se multiplicam. Depois do nauseante filme que ofende a figura de Maomé, </span><span style="font-size: x-large;">grupos radicais de judeus nos Estados Unidos divulgam – e nos ônibus urbanos de Nova Iorque – anúncio desafiador em que os muçulmanos são qualificados de selvagens e em que se prega a derrota da jihad, em favor de Israel.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Os confrontos latentes entre a Índia e o Paquistão e o mal-estar do regime de Islamabad com os atos militares dos ianques em seu território – entre eles a não muito clara caçada a bin Laden – mostram que o continente não está muito longe de um conflito. Ao mesmo tempo, os norte-americanos se encontram, a cada dia, mais enrascados no Iraque e no Afeganistão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Se todos se preparam para o pior, é bom resolver com paciência os dissídios internos e planejar a defesa de nossa soberania, sem pânico, mas sem desídia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-23110077797767837722012-09-25T06:42:00.003-07:002012-09-25T06:43:04.019-07:00AS LIÇÕES DA SOBERBA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGcD5yPqKD7_Mmqc4hbsv9uXa2VJGC6cSWKL51DCcNlXI0x8YRG8fI14jLoPm-PGZseursZFJ84R6VtydZlnOb-uI17TpG5slk3ADWZkMh0AsEq81uZM0rYcfnw9FO3Z8iLyvDf2N_a0o/s1600/cat.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5787686189358112546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGcD5yPqKD7_Mmqc4hbsv9uXa2VJGC6cSWKL51DCcNlXI0x8YRG8fI14jLoPm-PGZseursZFJ84R6VtydZlnOb-uI17TpG5slk3ADWZkMh0AsEq81uZM0rYcfnw9FO3Z8iLyvDf2N_a0o/s320/cat.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: left; height: 177px; margin: 0 10px 10px 0; width: 285px;" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;">Esta semana, mais de um milhão e meio de pessoas marcharam, no centro de Barcelona, na Espanha, para exigir a divisão do país e a independência total da Catalunha, a mais importante das Regiões Autônomas da Espanha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;">Foi o “Dia da Catalunha”. Mas a verdade é que poucas são as grandes províncias espanholas que querem continuar unidas a uma nação que enfrenta o desemprego de 25%, o maior da Europa. Um em cada quatro de seus jovens, segundo informou ontem a OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico - não estavam estudando nem trabalhando em 2008, o primeiro ano da crise.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;">No Brasil boa parte da população, ajudada pela programação majoritariamente estrangeira de grande parte das emissoras de televisão, incluídas as de assinatura, e outros meios de comunicação, acostumou a ver tudo que vem do chamado “Primeiro Mundo” com um misto de subserviência e admiração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;">Quando aqui aportaram bancos e empresas espanholas e portuguesas, nos anos 90, pouca gente percebeu que esses países - que nos mandaram milhões de emigrantes durante os séculos XIX e XX, porque não tinham condições de lhes assegurar pão e futuro - estavam apenas vivendo momentos artificiais de prosperidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;"><span style="line-height: 115%;"> Ninguém se lembrou de que, para entrar na Comunidade Econômica Européia, eles haviam recebido, durante anos, bilhões de euros de ajuda dos </span><span style="line-height: 115%;">países mais ricos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;"> Ninguém percebeu que eles só tinham capital para comprar nossas empresas – privatizadas, em muitos casos, apesar de serem estratégicas – porque tomavam empréstimos para participar da farra da desnacionalização da nossa economia, a pouco mais de um ou 2% ao ano. Enquanto isso, os juros, aqui, para investimento em atividades produtivas, estavam nas alturas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;"> Enquanto poucos enriqueciam com o euro, muitos cidadãos espanhóis, enganados pelos meios de comunicação que alimentavam essa ilusão com entusiasmo, acreditavam que a Espanha seria a oitava potência do mundo durante o século XXI, e que seu país iria entrar para o G-7, quando hoje ele sequer faz parte do G-20, e o G-7 está se transformando, paulatinamente, em uma pantomima diplomática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large; line-height: 115%;"> A Espanha hoje tem uma dívida total de mais de três trilhões de euros (entre governo central, províncias autônomas, empresas financeiras e não financeiras), mais de 165% de dívida externa (frente a cerca de 13% do Brasil). Sua dívida interna líquida é mais do dobro da nossa. Suas reservas internacionais são 30 bilhões de dólares, quando as nossas são de 375 bilhões de dólares. Somos o terceiro maior credor individual do Tesouro dos Estados Unidos, depois da China e do Japão. Com muito esforço estamos resistindo à globalização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Não podemos fazer como a Espanha e Portugal, que expulsavam nossos cidadãos de seus aeroportos, e cair na tentação da soberba. Mas precisamos aprender a dar mais valor ao que somos e ao que fazemos, e parar de nos iludir com tudo o que vem do estrangeiro.</span><span style="font-size: 22pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "; font-size: 22.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-20063440867397116592012-09-10T10:14:00.001-07:002012-09-10T10:14:57.723-07:00COLÔMBIA. A PAZ DIFÍCIL E QUASE TARDIA.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTkACcEV64rPyNzurGzevQyDZicNV4KM55UE4paGc_RiAAizsDapLgiM_nnSoWCpjpG3N8jRL7Q8LhYDEI8cpCc6N_U3xh3WxQBOA5mJWwJeaT1bYdoN12CKRGTEKdrWsjsj31fbmIrEY/s1600/Colombia-Country_Colombia-guerilla-war_4129.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 221px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTkACcEV64rPyNzurGzevQyDZicNV4KM55UE4paGc_RiAAizsDapLgiM_nnSoWCpjpG3N8jRL7Q8LhYDEI8cpCc6N_U3xh3WxQBOA5mJWwJeaT1bYdoN12CKRGTEKdrWsjsj31fbmIrEY/s320/Colombia-Country_Colombia-guerilla-war_4129.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5786558545575609058" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> Mais uma vez, nestas últimas décadas, as duas Colômbias se encontram, para a busca da paz. O país andino e amazônico carrega dura e emocionante história, no confronto secular entre os brancos, ricos e de alma européia, e seu povo, quase todo mestiço, de face acobreada, seja pela origem amazônica ou pelas alturas frias da grande cordilheira. Até hoje, tantos séculos de história, não foi possível fundir em um só caráter as duas etnias principais, a dos autóctones e a de origem européia. Elas, ao longo da formação do país, tornaram-se classes sociais. A maioria absoluta é constituída dos pobres mestiços. Os mestiços acompanham uma ou outra visão de mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> As Farc, queiram ou não os políticos e intelectuais que têm dirigido o país, são a Colômbia predominantemente mestiça e pobre. A outra Colômbia é senhora das terras médias em que se produz o café - de excelente qualidade - e dos outros recursos nacionais. Grande parte dessa elite participa hoje da principal riqueza exportável da Colômbia, a das drogas. A maconha, que foi a primeira delas, tem hoje participação marginal no comércio ilegal. A cocaína continua sendo o principal produto, tendo superado, segundo as estimativas, a receita da venda ao exterior do café - mas a heroína, refinada do ópio extraído da papoula, começa a crescer em importância econômica.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> Em 1946, com a vitória dos conservadores, iniciou-se a caçada aos liberais, acusados de violência contra os conservadores em 1930. As retaliações promovidas pelo governo encontraram a resistência de comitês <i>liberais.</i> Nessa época matava-se, de um lado e do outro, com “la corbata” (degolava-se parcialmente a vítima, e se puxava a língua para fora, simulando uma gravata) ou com a degola completa, “la franela”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> A situação atual, com os guerrilheiros dominando parcelas do território nacional, tem a sua raiz no famoso <i>bogotazo</i> de 9 de abril de 1948, quando Jorge Eliécer Gaytan, líder da ala esquerda dos liberais, foi assassinado, durante reunião da OEA em Bogotá, e sob a orientação da CIA, de acordo com algumas fontes. Os comitês de resistência organizados durante<i> <st1:personname productid="La Violencia" st="on">La<span style="font-style:normal"> </span>Violencia</st1:personname></i>, transformaram-se, pouco a pouco, nas Farc, que, em sua origem, nada tinham a ver com o marxismo, mas a ele aderiram no decorrer do processo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> Tudo isso – e mais as tentativas frustradas de conversações ao longo do tempo – recomendam o ceticismo nas próximas conversações em Oslo e em Havana. É nítido o interesse do governo da Colômbia e de Timoshenko, o atual comandante das Farc, em encontrar a paz. Mas, conforme o atual Procurador Geral da Colômbia, Eduardo Montalegre, <i>a mão negra</i> da direita sempre sabotou as anteriores negociações entre o governo e as Farc. Para lhe dar razão, oficiais militares da reserva da Colômbia divulgaram, ontem, uma proclamação de dez pontos, fazendo exigências que os guerrilheiros não podem aceitar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> A paz é difícil porque contraria grandes interesses nacionais e internacionais. A vitória militar sobre as Farc, ou delas sobre o governo, é praticamente impossível, conforme o resultado dos combates dos últimos 50 anos. Enquanto houver guerrilha, Washington continuará impondo sua vontade sobre Bogotá, os grandes traficantes continuarão dominando a economia e, de forma dissimulada, a política colombiana. Isso torna ainda mais difícil o pacto para a paz. Os que morrem, seja nas fileiras do Exército, seja nas forças revolucionárias, são apenas os pobres. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> Como reconhece o presidente Santos, só a paz pode acabar com a guerra. E a paz, quando a vitória militar é improvável, só se consegue <st1:personname productid="em negociaes. A" st="on">em negociações. A</st1:personname> vitória militar de uma facção sobre a outra, se viesse a ocorrer, seria apenas uma trégua. Só o entendimento, com concessões de parte a parte, poderá levar a Colômbia a sair do alçapão histórico em que se encontra e se transformar em verdadeiro estado democrático, no qual os partidos possam alternar-se no poder, sem perseguições e retaliações.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Verdana, sans-serif;font-size:22pt;"> A paz na Colômbia, que a libertará da tutela do Pentágono, é absolutamente necessária à unidade e à defesa comum da América do Sul.<o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-89121177522952397622012-08-24T06:44:00.000-07:002012-08-24T06:45:08.125-07:00QUANDO OS SOLDADOS PREFEREM MORRER<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjykZ0Tgw3EbzVgLmMbBBaUGT7dshbpichtaeoBHEc9DcecuEpgvX71g6oAJrq2ykdA8T0z8AuzfDDRxDS7DeNQWtBU9YC2Hw6dkL1I7p5hMci125fTxPHL8o12bnMTUxgecz8y2fUXCBE/s1600/Suicide2.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 246px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjykZ0Tgw3EbzVgLmMbBBaUGT7dshbpichtaeoBHEc9DcecuEpgvX71g6oAJrq2ykdA8T0z8AuzfDDRxDS7DeNQWtBU9YC2Hw6dkL1I7p5hMci125fTxPHL8o12bnMTUxgecz8y2fUXCBE/s320/Suicide2.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5779104822617801618" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> Em julho passado, revelam fontes oficiais, 38 militares norte-americanos se mataram. Um aumento de mais de 100% sobre os casos de suicídio do mês anterior. Vinte e dois deles se encontravam <st1:personname productid="em servio. Os" st="on">em serviço. Os</st1:personname> demais haviam voltado para casa, mas já não se sentiam em seus lares. Eram outros homens, desfeitos e refeitos pelo horror. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> Provavelmente não se sentissem combatentes por sua pátria ou suas idéias, e, sim, meros mercenários, enviados para assassinar em nome de interesses que nada têm a ver com os de seu povo. Salvo nas duas guerras mundiais, quando justa era a luta contra os alemães e o nazismo, os soldados ianques lutam por Wall Street. O genocídio inútil de Hiroxima e Nagasáki, ao manchar com a desonra o combate pelos valores humanos, confirmou os exércitos dos EUA como bandos de pistoleiros do imperialismo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> Os Estados Unidos nunca tiveram que lutar em seu solo, a não ser na Guerra da Independência. Sempre invadiram o solo alheio, a partir da guerra contra o México, em 1846, quando anexaram mais de 40% do território do país vencido. A Guerra da Independência, bem antes, se travara contra homens iguais, da mesma etnia, da mesma fé, e poderíamos dizer, quase das mesmas idéias. O mesmo veio a ocorrer no conflito interno, o da Guerra da Secessão, apesar da crueldade dos combates e a bandeira ética do Norte contra a escravocracia do Sul.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> Esse enorme privilégio – o de não conhecer as botas dos ocupantes estrangeiros – transformou-se <st1:personname productid="em maldi ̄o. Os" st="on">em maldição. Os</st1:personname> militares ianques já não encontram na alma, desde a derrota no Vietnã, quaisquer razões para a luta. Assim, são corridos pela depressão, ou se transformam em animais, como os que se deixaram fotografar <st1:personname productid="em Abu Ghraid" st="on">em Abu Ghraid</st1:personname>, com seus cães. A depressão os leva a desertar das fileiras, de forma absoluta, ao estourar a cabeça ou o coração com suas próprias armas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> O filósofo espanhol Ortega y Gasset tem uma tese interessante sobre os militares e as guerras. Ele considera o cerco de Granada, pelos Reis Católicos, em 1492 – o mesmo ano da descoberta da América por Colombo – como o fim do soldado que combatia com honra, e o início do soldado “técnico”, que atua como simples extensão de sua arma.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> No cerco de Granada, e na vitória que se seguiu, os castelhanos usaram o planejamento tático e estratégico, superando, e em muito, os gregos e os romanos no projeto de suas operações. Segundo Ortega, ali morreu a bravura, e nasceu o combatente moderno, mera máquina de matar, sem honra e sem sentimentos, a não ser os do ódio induzido.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" ;font-family:Calibri, sans-serif;font-size:24pt;"> Os soldados americanos que se matam, torturados pelo remorso, talvez sigam o lema que os japoneses inscrevem nos sabres destinados ao harakiri: <i>saiba morrer com honra quem com honra não soube viver.</i> <o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-61674822244169298552012-08-24T06:43:00.001-07:002012-08-24T06:43:54.170-07:00O EQUADOR NÃO PODE FICAR SÓ<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilkniwpiQEXYHzNumlRYK1wgLu_H6kcWAF1gQ1VY8FFit-lg2oN2lvZAMW1fgszIkO7NzVDDa-ZvDmAMr19p2aFhjP1jm6y1W5YRhyphenhyphendUgLUWpIzOPsFbL5_I1PhbWdBumSGobOA-xF5o0/s1600/assange%252815%2529.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 292px; height: 280px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilkniwpiQEXYHzNumlRYK1wgLu_H6kcWAF1gQ1VY8FFit-lg2oN2lvZAMW1fgszIkO7NzVDDa-ZvDmAMr19p2aFhjP1jm6y1W5YRhyphenhyphendUgLUWpIzOPsFbL5_I1PhbWdBumSGobOA-xF5o0/s320/assange%252815%2529.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5778130755394074210" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> Este é o momento para que a unidade sulamericana deixe a retórica para tornar-se realidade. Cabe ao continente manter-se ao lado do povo equatoriano, na defesa de sua soberania política. A consolidação da Unasul se impõe, e com urgência. Diante da ameaça aberta do governo britânico, de invadir a Embaixada do Equador em Londres, o governo de Quito, pelo seu chanceler, declarou que confirma o asilo concedido a Julián Assange em seu território (que se estende ao recinto modesto de sua embaixada junto ao Reino Unido). Os ingleses, em sociedade com os Estados Unidos, ainda se consideram senhores do mundo. O criador do WikiLeaks se encontra sob a ameaça de ser entregue ao governo norte-americano. Os ianques querem vingar o fato de que Assange tornou transparentes suas intrigas e seus crimes. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> A nota do governo britânico, entregue anteontem à embaixadora do Equador, é ameaça clara e brutal ao Equador. O “aide-mémoire”,entregue à Embaixadora Ana Albán, convocada ao Foreign Office para recebê-lo, é objetivo em sua crueza:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> “Devemos reiterar que consideramos o uso continuado de instalações diplomáticas, desta maneira, incompatível com a Convenção de Viena e insustentável, e que já deixamos bem claro suas sérias implicações em nossas relações diplomáticas. Devem estar conscientes de que há uma base legal no Reino Unido – a Lei sobre Instalações Diplomáticas e Consulares, de 1987 – que nos permitiria agir para prender o Sr. Assange nas instalações atuais da Embaixada”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> É preciso deixar claro que a Convenção de Viena, de 1962, proíbe claramente essa invasão dos locais diplomáticos, conforme seu artigo 22:<o:p></o:p></span></p> <p style="text-align:justify"><i><span style="Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> “<b>1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão. <o:p></o:p></b></span></i></p> <p style="text-align:justify"><b><i><span style="Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> “2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas, para proteger os locais da Missão contra qualquer intrusão ou dano, e evitar perturbações à tranqüilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade. <o:p></o:p></span></i></b></p> <p style="text-align:justify"><i><span style="Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> “<b>3. Os locais da Missão, em mobiliário e demais bens neles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução”</b>.<o:p></o:p></span></i></p> <p style="text-align:justify"><i><span style="Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> </span></i><b><span style="Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-theme-font: minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;">Nenhuma lei interna de país aderente a convenção internacional dessa magnitude, pode sobrepor-se ao Tratado. Nos 50 anos de sua vigência, isso nunca ocorreu.</span></b><span style="Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> <b>O governo equatoriano não tinha outra atitude, a fim de resguardar a sua soberania, que não fosse tornar, <i>de jure</i>, o asilo de fato que concedera a Assange. Há momentos em que todos os cidadãos honrados de uma nação se tornam um só homem, aquele que, sob sua delegação, chefia o Estado. A decisão de Rafael Correa, exposta por seu chanceler Ricardo Patiño, é a mesma que qualquer país latino-americano que se preze tomaria.<o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> Nós temos uma tradição histórica na concessão de asilo diplomático, que é invariável: não se discute o comportamento do perseguido, mas a sua condição humana e o perigo, a juízo do país concedente, de que o postulante seja submetido a tratamento cruel, ou à pena de morte. Foi assim que o governo democrático brasileiro não titubeou em conceder asilo ao ditador Alfredo Stroessner, em 1989, durante a presidência de Sarney. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> Se nós, brasileiros, não tivéssemos outras razões para guardar reservas contra os ingleses, há uma, poderosa. Em seu livro “<i>The Rise and Fall of the British Empire”</i> (Londres, 1995, página 5), o historiador britânico Lawrence James registra, como um dos primeiros episódios da ascensão de seu país ao domínio do mundo, o assalto cometido por George White, de Dorset, dono do veleiro <i>Catherine, de 35 toneladas</i>, armado de cinco canhões e avaliado em <st1:metricconverter productid="89 libras" st="on">89 libras</st1:metricconverter>, segundo o autor. Em 1590, White se apoderou de três cargueiros brasileiros, em alto mar, desarmados e sob bandeira espanhola, roubando sua carga avaliada em <st1:metricconverter productid="3.600 libras" st="on">3.600 libras</st1:metricconverter>. Encorajado com o resultado do roubo, vendeu o <i>Catherine</i>, comprou navio mais poderoso e continuou a saquear navios brasileiros e do Caribe, sempre indefesos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> A Inglaterra confia na força, mas a História nos mostra que a melhor forma de garantir, com honra, a própria soberania, é a de respeitar a soberania e a honra dos outros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=" Calibri","sans-serif";mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-hansi-theme-font: minor-latin;mso-bidi-theme-font:minor-latinfont-family:";font-size:22.0pt;"> Quando encerrávamos estas notas, o chanceler britânico William Hague declarou que seu governo não invadirá a embaixada do Equador. Como se começa a ver, a ameaça foi um ato de arrogância contra um país desarmado. <o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-40450769976750429392012-04-26T04:36:00.000-07:002012-04-26T04:37:33.715-07:00BRASIL JÁ É O TERCEIRO MAIOR CREDOR DOS ESTADOS UNIDOS<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2dP23nEnpO_n9IwZtbmrHXsBAo2_X_EoOfg92t4OQ66p8ecmShwFAX2e-NentctTuSfkwQ_Tf-Px6br6OMssrKc15SCXYS7t51Wh8IT4tsl6n3lwEPE4F6MnbHEXMQT8DzAu5kPs_8-2e/s1600/ACRE.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 274px; height: 184px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2dP23nEnpO_n9IwZtbmrHXsBAo2_X_EoOfg92t4OQ66p8ecmShwFAX2e-NentctTuSfkwQ_Tf-Px6br6OMssrKc15SCXYS7t51Wh8IT4tsl6n3lwEPE4F6MnbHEXMQT8DzAu5kPs_8-2e/s400/ACRE.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5735667421295484770" /></a><div style="text-align: justify;"><span></span></div><div></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; ">Até agora, ninguém deu a notícia. Com 372 bilhões de dólares em reservas internacionais, o Brasil acaba de se converter, aplicando mais da metade delas em “treasuries”, no terceiro</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; ">maior credor individual externo dos Estados Unidos, como pode ser visto na própria página oficial do tesouro norte-americano, cujo link</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; ">publico abaixo. O acúmulo de reservas internacionais, cujo custo de carregamento tem caído em linha com a redução da taxa SELIC, serve para valorizar o dólar com relação ao real, favorecendo nossas exportações,e é, sobretudo, uma arma geopolítica, que mantêm em situação positiva a imagem do Brasil frente às agências internacionais de classificação de risco e em uma posição de força em organismos como o G-20, o Banco Mundial e o FMI. </span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "></span></div><div></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; ">Conheço empresários brasileiros de linha mais desenvolvimentista, no entanto, que pensam que a política de acúmulo de dólares poderia ser complementada com a emissão de moeda, no mercado interno, destinada a investimentos diretos do governo na área de infraestrutura, por exemplo. Tal medida, com uma pequena expansão administrável da inflação, derrubaria </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; ">o valor do real frente ao dólar, favorecendo as exportações, injetaria dinheiro em todos os níveis da economia produtiva, e criaria milhões de empregos.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "></span></div><div></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; text-align: justify; "><a href="http://www.treasury.gov/resource-center/data-chart-center/tic/Documents/mfh.txt">http://www.treasury.gov/resource-center/data-chart-center/tic/Documents/mfh.txt</a> </span></div> <p class="MsoNormal" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><o:p> </o:p></p><p style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; margin-top: 0cm; margin-right: 0cm; margin-bottom: 12pt; margin-left: 0cm; "><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif"; color:#464646"><o:p> </o:p></span></p></div>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-21670037091555604652011-07-22T06:32:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.602-07:00O TITANIC E O MAR DE ICEBERGS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyGDj_3EZEQ3NUMrD4pLYceaUf5SYHDugnNH6zl-E5t9TLTl4EKIBw_ky7E2WBAgjcM2nVX9UeTBrYsRzoJbeNxHomLI_PED43kYICFggmVND8s6HQFD1m9g4bTnCDI8A6sWgeiomHvPY/s1600/titanic+iceberg+1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 321px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyGDj_3EZEQ3NUMrD4pLYceaUf5SYHDugnNH6zl-E5t9TLTl4EKIBw_ky7E2WBAgjcM2nVX9UeTBrYsRzoJbeNxHomLI_PED43kYICFggmVND8s6HQFD1m9g4bTnCDI8A6sWgeiomHvPY/s400/titanic+iceberg+1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632169789240955826" /></a><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; " >O ministro das Finanças da Itália, Giulio Tremonti, advertiu ontem que “a Europa pode afundar, como o Titanic”. Desde a crise norte-americana que os observadores anunciam o desastre. Entre as várias causas está a ilusão de que é possível unificar a Europa, a partir da economia. Enquanto todos os países se encontravam mais ou menos na mesma situação, foi possível estabelecer a Comunidade do Carvão e do Aço e, pouco a pouco, criar os mecanismos de integração.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; " >O Tratado de Roma foi assinado por países que se encontravam mais ou menos na mesma situação: Alemanha, França, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Ao ampliar-se a comunidade, com a adesão de países periféricos, começaram a surgir os problemas de convivência. Os que chegavam, chegavam com mais necessidades. Os estadistas europeus atuaram com grande sensibilidade, acossados pela memória das guerras continentais, principalmente a de 1914 a 1918 e a de 1939 a 1945.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; " >A criação do euro, em 1998 (entrando em circulação em 1º de janeiro do ano seguinte) culminou o processo de integração, mas ficaram, e astutamente, fora da moeda única a Inglaterra e outros países. Ora, tratava-se de uma sociedade em que havia ricos e havia pobres. Não era possível que, em um passe de mágica, países de economia relativamente débil — como Espanha e Portugal, que ao integrar-se ainda não se haviam recuperado das ditaduras de direita — pudessem andar no mesmo passo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; ">Os países ricos os favoreceram com financiamentos, alguns, como para certas obras de infraestrutura, a fundo perdido. Mas todas essas medidas não eliminavam as dificuldades da adoção de uma moeda única em economias tão desiguais. Embora a União Europeia pudesse aconselhar determinadas providências de ordem tributária e de política social, a autonomia política impedia, e é bom que assim seja, uma ação comum ditada pelos mais fortes.</span><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Times New Roman', serif; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; " >A situação vinha sendo administrada, bem ou mal, até que a queda do Muro de Berlim estimulou os centros mundiais do poder financeiro a deixarem os seus cuidados retóricos e decretarem, com insolência, a prevalência do mercado contra o estado. Com a cumplicidade dos governantes (e, no capítulo, estivemos muito mal), caíram as fronteiras alfandegárias, desnacionalizou-se a indústria dos países periféricos e se privatizaram as empresas públicas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;mso-line-height-alt:17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; " >Os centros de decisão se transferiram dos gabinetes presidenciais e dos parlamentos para os encontros, discretos uns e ostensivos outros, dos grandes financistas que controlam o dinheiro do mundo. Ocorre que ética e lógica caminham juntas, como filhas da razão. Quando uma se ausenta, a outra desaparece. A voracidade do capital, ao violar a ética, perde a lógica. Foi assim que o mercado dos derivativos se tornou o <i><span style="border:none windowtext 1.0pt; mso-border-alt:none windowtext 0cm;padding:0cm">buraco negro</span></i> das finanças mundiais: criou-se um capital fictício, que alimentou os grandes especuladores e levou milhões à miséria.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; " >Os governos, sem embargo da clareza do problema, em lugar de deixarem que os banqueiros paguem pelos excessos de suas ambições, tratam de salvá-los, em nome da estabilidade. Como alguém tem que pagar a conta, pagam os de sempre, isto é, os pobres e os não ricos. Pagam com a redução dos serviços sociais, de saúde, educação e segurança, e pagam com o desemprego.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:16.5pt;text-align:justify;mso-line-height-alt: 17.7pt"><span style="font-size: 22pt; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; "><span class="Apple-style-span" >A alguns ministros italianos de Berlusconi faltam credenciais da honra, mas a metáfora do Titanic é válida. Ocorre que a Europa não tem pela frente um só iceberg. Ela navega em mar pejado dessas montanhas de gelo. Os Estados Unidos estão encalhados no saguão do Capitólio, à espera que o nível de endividamento se eleve, para sua salvação; a China começa a desconfiar de que seu extraordinário crescimento lhe trará pesadas dificuldades no convívio internacional: seus fabulosos créditos no mundo podem esfarinhar-se na catástrofe que se espera. Todos os países passam pela mesma inquietude. A saída é fácil, se houver a decisão política de tirar a moeda das mãos dos banqueiros e, com isso, expulsá-los do poder ilegítimo que exercem no mundo.</span><span class="Apple-style-span" ><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-82344869956784816192011-06-27T07:49:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.611-07:00A ITÁLIA DISSE NÃO A BERLUSCONI<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaqztgKGSG0CCKHdjxnG2qJSWKIRQ-NW1SIUwLE7mjtb5D-JkLNr7aWFTv3T67X6AzMioxRYy-_jU4ag2DWzdm3tAUUpEkXjUi7gYXWf2ILN68Ifu63himftcuPPehhvC9FrDhLPjGoAM/s1600/berlusconi-news.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 280px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaqztgKGSG0CCKHdjxnG2qJSWKIRQ-NW1SIUwLE7mjtb5D-JkLNr7aWFTv3T67X6AzMioxRYy-_jU4ag2DWzdm3tAUUpEkXjUi7gYXWf2ILN68Ifu63himftcuPPehhvC9FrDhLPjGoAM/s320/berlusconi-news.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5618225002819435538" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal">A derrota de Berlusconi, na consulta plebiscitária, apesar da crescente impopularidade do primeiro ministro, trouxe duas surpresas. A primeira delas foi o comparecimento que, superando o patamar constitucional de 50%, validou a consulta, e a segunda, a derrota das decisões do governo pela inédita maioria de 95% em média, nas quatro questões propostas. Como se sabe, há 16 anos não se obtinha o quorum mínimo para anular uma lei ou decisão governamental.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Ainda que, do ponto de vista da atualidade política, a massacrante vitória da oposição seja a da não imunidade (melhor, não impunidade) de Berlusconi e de seus ministros, os outros pontos da consulta golpeiam fundo os postulados do neoliberalismo, sobre os quais Berlusconi estabeleceu o seu poder. O povo disse não à acelerada privatização da água, fechando o passo à ampliada exploração dos recursos hídricos pelas sociedades capitalistas, algumas delas provavelmente estrangeiras, da mesma forma que se manifestou contra a energia nuclear.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Embora tenha perdido, por duas vezes, a chefia do governo para a esquerda, é inegável que a vida política italiana se desenvolveu, desde 1964, quando o poderoso e suspeitíssimo empresário ganhou sua primeira eleição, em torno de Berlusconi. Não se discutiam os projetos de governo, nem os fundamentos ideológicos da esquerda. A vida política oscilava entre os berlusconianos e a esquerda. E Berlusconi administrava os interesses mafiosos do sul com os altos interesses empresariais do Norte, reunidos em torno da Lega Lombarda, de inspiração separatista e neofascista. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O populismo é uma velha doença italiana, e tem suas raízes na velha república romana. Tratou-se de astucioso expediente dos patrícios, o de permitir o surgimento de movimentos dessa natureza, a fim de servir de alívio ao inconformismo das massas – até certo ponto. Houve, no entanto, tanto à esquerda, quanto à direita, movimentos de alguma densidade, vencidos fosse pelas armas, fosse pela reação do próprio povo. O fascismo de Mussolini foi um desses movimentos, mais sério pelas condições históricas que favoreciam a ascensão da direita, e também pela formação intelectual e ideológica do <i style="mso-bidi-font-style:normal">duce</i>, filho de um trabalhador socialista e de algumas letras, que lhe deu o nome de Benito em homenagem a Juarez, o revolucionário mexicano. Juarez morrera onze anos antes do nascimento do líder italiano. É imensa a distância entre Mussolini e Berlusconi, o que dá razão a Marx: as coisas ocorrem primeiro como tragédia e, mais tarde, como farsa. Ainda que para Croce, Mussolini não passou de um “palhaço”, a quem o rei entregara o poder, o <i style="mso-bidi-font-style: normal">duce </i>era discreto em seu comportamento pessoal e protegido pelo sistema totalitário, que preservava a sua privacidade. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>A derrota de Berlusconi é uma oportunidade para que os democratas de esquerda encontrem um projeto comum de poder. Eles devem partir da dura realidade de que não foi o comportamento debochado de Berlusconi que promoveu a sua queda de popularidade e, provavelmente, o expila do governo daqui a uma semana. O seu desprestígio é resultante da terrível situação econômica do país, que, por sua vez, se deve ao neoliberalismo que está em dramática decadência em todos os países que o inventaram e nos quais os governos o sustentaram, dos Estados Unidos à Grécia, passando pela França de Sarkozy, a Espanha de Aznar e Zapatero, a Itália do trêfego Berlusconi. A Itália e os seus vizinhos só terão estabilidade política se avançarem nas reformas, algumas delas sinalizadas pelo referendum recentíssimo. A esmagadora maioria dos italianos optou por mais estado e menos mercado, por mais empregos e menos lucros das empresas privadas. Mas a esquerda, em nosso tempo, tem atuado como se o seu caminho ao poder tenha que passar necessariamente pela direita. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal; ">Este texto foi publicado também nos seguintes sites:</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal; "></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal; "><a href="http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2011/06/15/a-italia-disse-nao-a-berlusconi/">http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2011/06/15/a-italia-disse-nao-a-berlusconi/</a></span></p><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal; "> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/06/15/santayana-celebra-derrota-de-berlusconi/">http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/06/15/santayana-celebra-derrota-de-berlusconi/</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://alfabetizadospoliticos.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html">http://alfabetizadospoliticos.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://politicanadaimparcial.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi-por-mauro.html">http://politicanadaimparcial.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi-por-mauro.html</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://contrapontopig.blogspot.com/2011/06/contraponto-5559-italia-disse-nao.html">http://contrapontopig.blogspot.com/2011/06/contraponto-5559-italia-disse-nao.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://gilsonsampaio.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html">http://gilsonsampaio.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://ericksilveira.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html">http://ericksilveira.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://opensanti.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html">http://opensanti.blogspot.com/2011/06/italia-disse-nao-berlusconi.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://luizfelipemuniz.blogspot.com/2011/06/o-caso-batistti-italia-de-berlusconi-e.html">http://luizfelipemuniz.blogspot.com/2011/06/o-caso-batistti-italia-de-berlusconi-e.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://opedeuta.blogspot.com/2011/06/santayana-celebra-derrota-de-berlusconi.html">http://opedeuta.blogspot.com/2011/06/santayana-celebra-derrota-de-berlusconi.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.portalcwb.com/santayana-celebra-derrota-de-berlusconi.html">http://www.portalcwb.com/santayana-celebra-derrota-de-berlusconi.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p></span><p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";text-transform:uppercase;font-weight:normal"><o:p> </o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-74904795531794954072011-06-27T07:46:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.617-07:00O PERU NA ENCRUZILHADA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZX4j8oVmCDiRL1MxGGJVnqNVjwr381c99g1-K835yaPlfheYF9WLuf9jX9SqRxyedfa6-uRtHZZKRNmlD8ANskvvh4QYllwL_rM9OtBGcTNzTUvoRmRKNSW-O4kOf9LpP02NYKsRta6I/s1600/las-lineas-de-nasca.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 300px; height: 225px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZX4j8oVmCDiRL1MxGGJVnqNVjwr381c99g1-K835yaPlfheYF9WLuf9jX9SqRxyedfa6-uRtHZZKRNmlD8ANskvvh4QYllwL_rM9OtBGcTNzTUvoRmRKNSW-O4kOf9LpP02NYKsRta6I/s320/las-lineas-de-nasca.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5615433274986881186" border="0" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; "><b></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; display: inline !important; "></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">O Peru é o mais enigmático dos nossos vizinhos. Alguns de seus intelectuais, dos mais vigorosos da América Latina, foram dos primeiros a “pensar” as contradições de nossos povos. José Carlos Mariátegui se distinguiu como o mais importante marxista do continente, ao examinar as contradições de seu país, com seus <i>Sete Ensaios de Interpretação da Realidade Peruana</i>. Romancistas como Ciro Alegria, de “El Mundo es ancho y ajeno”, José Maria Arguedas, autor do vasto painel de “Los Rios Profundos” e, mais recentemente, Vargas Llosa, com “Conversación en La Catedral”, não são menos importantes. Eles mostram a humanidade sofrida - rica em história, marcada pela dupla identidade, indígena e européia, além da ponderável presença negra e asiática - da inquieta nação amazônica e andina.</span></div><p></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">O Peru foi o primeiro país a ensaiar, com Victor Haya de La Torre, o sonho do socialismo. Seu partido – Aliança Popular Revolucionária Americana – fundado no México, em 1924,propunha ação internacional em toda a Indoamérica, ou seja, em todas as nações do continente, do México ao Chile, que ainda mantinham forte presença das populações autóctones da cordilheira. Haya de La Torre preferia ação mais moderada, enquanto seu companheiro de mocidade, o imenso autodidata Mariátegui, criava o Partido Comunista Peruano.<o:p></o:p></span></p><span class="Apple-style-span"> </span><p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">Nenhuma obra de ficção – com forte presença antropológica – foi mais poderosa na análise das contradições andinas do que a de José Maria Arguedas. Privilegiado por haver vivido na cordilheira e, durante algum tempo da infância, apenas com índios e mestiços, ele expõe, como nenhum outro autor latino-americano, o contraditório mundo dos altiplanos e encostas das grandes montanhas, com o conflito permanente entre a visão ameríndia da vida e aquela imposta pela cultura européia. Arguedas acrescenta à sua obra maior, <i>Los Rios Profundos</i>, novelas menores, mas nem por isso menos poderosas, sobretudo na denúncia do imperialismo norte-americano e do latifúndio, como <i>Todas las sangres</i>, e <i>El zorro de arriba y el zorro de abajo</i>, além de artigos jornalísticos e estudos de etnologia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">É este povo peruano que vai domingo às urnas. De um lado, o candidato de centro-esquerda, Ollanta Humala e, do outro, a filha do sanguinário, corrupto e entreguista Alberto Fujimori, que se encontra preso, condenado pela justiça de seu país. As últimas notícias diziam da inquietação do “mercado” (sempre os mesmos) com a possível vitória de Humala. Para os banqueiros e seus sequazes, o destino do país não importa. Não importa a democracia, com o estado de direito e a liberdade das pessoas, mas, sim, os lucros do capital financeiro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">Há uma semana, a vitória da filha de <i>El Chino</i> eram favas contadas. Diante do perigo de que Fujimori (como fazem os grandes narcotraficantes com seus negócios), viesse a governar o país a partir da prisão, e da possibilidade de que a filha conseguisse indultá-lo – houve uma súbita mobilização nacional. Pessoas sensatas, ainda que não de esquerda, como é o caso de Vargas Llosa, manifestaram-se a fim de evitar a tragédia política. Nas últimas horas, cresceu a esperança de que Humala vença o pleito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">O que é mais estranho na atualidade peruana é a atitude do atual presidente, Alan Garcia. Garcia herdou de Haya de La Torre o Partido Aprista Peruano, vindo da APRA, fundada por Haya de La Torre e que fora uma bandeira da unidade latino-americana sob um projeto de socialismo libertário.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">A conversão de Garcia à direita, fenômeno muito comum entre os que se elegem pela esquerda e logo se entregam aos antigos adversários, faz, no caso do Peru, lembrar verso poderoso do maior poeta do país, o comunista César Vallejo, em poema escrito em 1937:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><i><span lang="ES" style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">Acaba de pasar,</span></i><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><i><span lang="ES" style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">sin haber venido</span></i><span lang="ES" style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">.</span></span><span style="font-weight: bold; font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; color: black; "><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; font-family: 'Courier New'; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><span lang="ES" style="font-family: Arial, sans-serif; ">Este texto foi publicado também nos seguintes sites:</span></span></p><p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; font-family: 'Courier New'; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><span lang="ES" style="font-family: Arial, sans-serif; "></span></span></p><p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; "><span class="Apple-style-span"><span lang="ES" style="font-family: Arial, sans-serif; "><a href="http://www.jb.com.br/jb-premium/noticias/2011/06/03/mauro-santayana-coisas-da-politica-40/">http://www.jb.com.br/jb-premium/noticias/2011/06/03/mauro-santayana-coisas-da-politica-40/</a></span></span></p><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; "><span lang="ES" style="font-family: Arial, sans-serif; "> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha;jsessionid=144B7F035AC9527C8D4BE4EDA4BFEBDF.lr1?p_p_id=arq">http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha;jsessionid=144B7F035AC9527C8D4BE4EDA4BFEBDF.lr1?p_p_id=arq</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/06/03/santayana-analisa-a-eleicao-do-peru/">http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/06/03/santayana-analisa-a-eleicao-do-peru/</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2011/06/mauro-santayana-o-peru-na-encruzilhada.html">http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2011/06/mauro-santayana-o-peru-na-encruzilhada.html</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://carcara-ivab.blogspot.com/2011/06/o-peru-na-encruzilhada.html">http://carcara-ivab.blogspot.com/2011/06/o-peru-na-encruzilhada.html</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://blogln.ning.com/profiles/blogs/o-peru-na-encruzilhada">http://blogln.ning.com/profiles/blogs/o-peru-na-encruzilhada</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://nogueirajr.blogspot.com/2011/06/o-peru-na-encruzilhada.html">http://nogueirajr.blogspot.com/2011/06/o-peru-na-encruzilhada.html</a></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.dignow.org/post/o-peru-na-encruzilhada-2203289-93953.html">http://www.dignow.org/post/o-peru-na-encruzilhada-2203289-93953.html</a></p></span></span><p style="font-weight: bold; "></p><p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><span lang="ES" style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; "><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><span lang="ES" style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; "><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span"><span lang="ES" style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; "><br /></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-weight: bold; font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; "><span style="font-size:22.0pt;line-height:115%;font-family: "Arial","sans-serif""><o:p> </o:p></span></p><p></p><span style=";font-family:";font-size:22pt;" lang="ES"><o:p></o:p></span><p></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-42491526905151740502011-05-07T15:10:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.623-07:00A SEMENTE DO MEDO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVe2REZF1yjdzdTI4FG8yAYcuQxd66UzNqtAJSTbTKseveVMql7ifYfvUh1wCBHZE-yfSdOc8uQSfgK350IAvmkLgvipu9EILH3Q-lX0BHlNE73wWl4GV70NAJz-iUxe2e4Bjr8EmCsA4/s1600/osa.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 316px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVe2REZF1yjdzdTI4FG8yAYcuQxd66UzNqtAJSTbTKseveVMql7ifYfvUh1wCBHZE-yfSdOc8uQSfgK350IAvmkLgvipu9EILH3Q-lX0BHlNE73wWl4GV70NAJz-iUxe2e4Bjr8EmCsA4/s320/osa.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5603607486018022834" /></a><div align="right"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 29px; line-height: 33px;"><span class="apple-style-span"><span style="font-size: 22pt; line-height: 115%; font-family: Arial, sans-serif; ">Os Estados Unidos celebram a morte de Bin Laden, e um ex-embaixador brasileiro considerou-a “espetacular”. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 29px; line-height: 33px;"><span class="apple-style-span"><span style="font-size: 22pt; line-height: 115%; font-family: Arial, sans-serif; "><br /></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 29px; line-height: 33px;"><span class="apple-style-span"><span style="font-size: 22pt; line-height: 115%; font-family: Arial, sans-serif; ">É melhor ver a morte de qualquer homem, bom ou mau, como a morte de parte de nós mesmos. Como no belo poema em prosa de Donne, any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee. A morte de qualquer homem me diminui, disse o poeta, porque sou parte da Humanidade, e, por isso, não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por você. Todos nós morremos um pouco, quando as Torres Gêmeas vieram abaixo, e todos nós morremos quase diariamente com os que tombam e tombaram, na Palestina, no Iraque, no Afeganistão, na Costa do Marfim, no Realengo, em Eldorado dos Carajás, na Candelária e nas favelas brasileiras.</span></span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><span><span class="Apple-style-span"><br /><span class="apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; ">Os americanos comemoram nas ruas a morte de bin Laden, enquanto nos países muçulmanos outros oram pelo homem que consideram mártir. Como parte da Humanidade, talvez não nos conviesse a euforia pela execução sumária de bin Laden, nem a consternação por sua morte. Os atentados de Nova Iorque – de resto, nunca assumidos de forma cabal pelo saudita – foram crime brutal contra a Humanidade, bem como todos os atos de terrorismo, ao longo das duas últimas décadas. Mas a vingança exercida pelos comandos norte-americanos não pode ser aplaudida. Foi um ato de guerra, cometido contra a soberania do Paquistão, desde que ao governo de Islamabad não foi solicitada autorização prévia para a operação – segundo informou o diretor da CIA, Leon Panetta.</span><br /><br /><span class="apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; ">Isso nos leva a outra leitura de John Donne: não pergunte que povo foi atingido pela intervenção militar norte-americana. Todos nós fomos atingidos, não só por essa operação bélica e pela agressão à Líbia, mas também, no passado, pela intromissão, política, militar, econômica, das elites que controlam o governo de Washington, desde a guerra de anexação de territórios soberanos do México, movida pelo presidente Polk, em 1846. O México perdeu a metade de seu território, e os Estados Unidos ganharam mais de um quarto do que já ocupavam no norte do hemisfério. Essa vitória excitou a voracidade imperialista dos Estados Unidos, mais tarde explícita no fundamentalismo do “Destino Manifesto”.</span><br /><br /><span class="apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; ">Devemos ser cautelosos quando procuramos entender o momento atual. Comentaristas internacionais, sob o calor destas horas, tentam pensar nas conseqüências imediatas, e há os que discutem se o homem morto em Abbottab (o nome da cidade é homenagem ao general James Abbott, que serviu nas forças de ocupação da Índia no século 19) é mesmo bin Laden – que começou a sua vida de combatente como aliado dos norte-americanos contra os soviéticos, no Afeganistão dos anos 80. Tenha sido ele, ou não, importa pouco. Osama era apenas um símbolo, na clandestinidade imposta pelas circunstâncias. O que importa, e muito, é o que virá a ocorrer não nos próximos dias, que serão de pausa e perplexidade, mas nos próximos meses e anos.</span><br /><br /><span class="apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; ">O perigo maior, e desdenhado, é o de que o conflito atual, iniciado com a ocupação da Palestina por Israel, se transforme realmente em guerra declarada entre os países capitalistas ocidentais, que se identificam como cristãos, e os muçulmanos. Quem definiu a agressão como cruzada foi Bush, ao afirmar que Deus o havia convocado a matar Saddam. E conforme o livro clássico de Essad Bey, todos os movimentos no Oriente Médio, entre eles a ocupação judaica da Palestina, se fazem na busca da posse de seu petróleo. No passado, o saqueio se fazia em nome da “civilização” e, hoje, se faz também em nome da “modernidade”.</span><br /><br /></span><span class="apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 115%; "><span class="Apple-style-span">No fundo do regozijo, há sementes de medo. Esse medo é muito mais poderoso do que foi o saudita, de 54 anos e, segundo informações não desmentidas, a um tempo amigo e sócio dos Bush nos negócios de petróleo</span><b>.</b></span></span><span style="font-weight: bold; font-size: 22pt; line-height: 115%; "><o:p></o:p></span></p></span></div></div>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-8082376905620852312011-05-07T15:09:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.629-07:00OS PILARES DA MENTIRA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlezo4UQs-yDCr6MRAdAtRpr2ktmeRmeGATobH1dNMbCTY4WuYG8leHi3oQM37F6I5b6Anl3XZHjgOaR2RE6FJbcyKHmp2lvelE4m_3jfXD39EQiEuqlBuICMAnR8OpScVDR44LRWkmE/s1600/VIET.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 229px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlezo4UQs-yDCr6MRAdAtRpr2ktmeRmeGATobH1dNMbCTY4WuYG8leHi3oQM37F6I5b6Anl3XZHjgOaR2RE6FJbcyKHmp2lvelE4m_3jfXD39EQiEuqlBuICMAnR8OpScVDR44LRWkmE/s320/VIET.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5603639303405026898" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal">Em suas memórias, <i style="mso-bidi-font-style:normal">Known and Unknown, A Memoir</i>, recém publicadas (Nova York, 2011), Donald Rumsfeld conta, nas páginas 208-209, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>o momento patético da Queda de Saigon. Ele era chefe de gabinete de Gerald Ford, que assumira o governo depois da renúncia de Nixon e devia administrar a humilhante derrota. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Segundo Rumsfeld,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Kissinger assegurava, no Salão Oval, que a evacuação de Saigon já se completara, com a saída do Embaixador Graham Martin que - tal como os comandantes dos navios que naufragam - devia ser o último a escapar, quando se soube que não era verdade. O diplomata escapara antes que personalidades do governo títere e derrotado de Saigon invadissem a embaixada e esbaforidas, tentassem ocupar os últimos helicópteros, disputando espaço com os norte-americanos <st1:personname productid="em fuga. Antes" st="on">em fuga. Antes</st1:personname> da reunião, o fotógrafo da Casa Branca, David Kennerly, veterano do Vietnã, saudara Ford com duas frases: “A boa notícia é que a guerra acabou. A má notícia é que a perdemos”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Segundo o autor, alguém sugeriu que não se devia corrigir a falsa informação de Kissinger, e se ajustasse nova versão ao pronunciamento do Secretário de Estado. Rumsfeld diz ter sido contra, lembrando que tudo o que havia sido dito ao povo norte-americano <span style="mso-spacerun:yes"> </span>não fora simplesmente a verdade.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>“<i style="mso-bidi-font-style:normal">Esta guerra tem sido marcada por muitas mentiras e evasivas, e, assim, não há o direito de terminá-la com uma última mentira”</i> – ele teria dito. Ford mandou o secretário de imprensa, Ron Nessen, dizer a verdade aos jornalistas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>No passado, a mentira podia durar muito, embora sempre tivesse pernas curtas. Em nosso tempo, os segredos podem ser guardados, como os da morte de Kennedy, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>mas a suspeita da mentira é tão danosa quanto a sua revelação. Os Estados Unidos sempre mentiram, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>a fim de tentar legitimar sua política agressiva. Todos os golpes de Estado, patrocinados pelos norte-americanos em países estrangeiros, ocorreram sob pretextos falsos. Não é necessário ir muito longe: a guerra contra o Afeganistão e o Iraque foi montada sobre os pilares das mentiras mais reles. Saddam Hussein podia ter sido cruel com os inimigos, mas o seu governo era o mais laico e menos obscurantista da região. Depois da guerra contra o Irã, ele abandonara todas as armas químicas. Não dispunha de recursos técnicos para a produção de bombas atômicas. Fotos foram adulteradas, indicando reatores clandestinos, forjaram-se depoimentos, e essas “provas” arranjadas levaram um homem tido como sério, o general Colin Powell, a mentir diante das Nações Unidas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Poucas horas depois da morte de Bin Laden, começam a se confirmar suspeitas iniciais e perturbadoras. O saudita foi morto desarmado - e poderia ter sido capturado vivo. No avesso da lógica e da ética, Washington diz que não é preciso que o suspeito esteja armado para resistir à prisão. Osama “resistiu”, de mãos nuas, aos soldados protegidos por uniformes à prova de bala e dotados de armas potentes. O saudita tinha que ser morto, antes que pudesse dizer qualquer coisa ao mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O bom senso internacional, passado o entusiasmo frenético diante da execução, começa a prevalecer, para qualificar o ato como<span style="mso-spacerun:yes"> </span>agressão criminosa contra o povo do Paquistão e seu governo. Obama declara que agiu em defesa de seu país – e ponto. Foi como dissesse: “tenho o poder e dele faço o que quiser”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Conta-se que, em Ialta, Churchill propôs que Hitler fosse executado tão logo <span style="mso-spacerun:yes"> </span>reconhecido pelas tropas aliadas. Com ironia, Stalin<span style="mso-spacerun:yes"> </span>se opôs: na União Soviética se respeitava o direito a um julgamento, conforme “o devido processo da lei”. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif";font-weight:normal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Como se sabe, Hitler se antecipou,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>matou-se com sua pistola, depois de determinar aos <span style="mso-spacerun:yes"> </span>auxiliares que queimassem o cadáver – o que fizeram, em uma pira de molambos embebidos de gasolina.<span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-65659223814444071482011-04-18T12:20:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.635-07:00FICÇÃO E REALIDADEFICCÇÃO E REALIDADE<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0IBtaTTtHbOAGLiBO9yCd1g-bEwi3TXYaq8mwfGv_sPEyXNXyc_T60dHsbD6pMAbKdHGuqpbLogNq8y0KsgGpJntggU5r4yfNhtwcDqxSsRI5CeSBYzXQ8om8nESU7X2Ho1Tssa5prJM/s1600/BRIC.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 198px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0IBtaTTtHbOAGLiBO9yCd1g-bEwi3TXYaq8mwfGv_sPEyXNXyc_T60dHsbD6pMAbKdHGuqpbLogNq8y0KsgGpJntggU5r4yfNhtwcDqxSsRI5CeSBYzXQ8om8nESU7X2Ho1Tssa5prJM/s320/BRIC.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5595879481178169170" /></a><blockquote><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="FR" style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif";mso-ansi-language: FR">Victor Hugo, <st1:personname productid="em Les Miserables" st="on">em <i style="mso-bidi-font-style:normal">Les Miserables</i></st1:personname>, definiu a Revolução como <i style="mso-bidi-font-style:normal">“le retour du fictif au réel</i>”. </span><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif"">O escritor não examinou, então, as relações mais fundas entre a ficção e a realidade. A frase se insinuava diante das tarefas políticas, na esteira das revoluções, que eclodiam no correr do século <st1:metricconverter productid="19, a" st="on">19, a</st1:metricconverter> partir da Revolução Francesa de 1789. Ficção e realidade, na política, como em tudo, são categorias que se mesclam. Os projetos políticos, de alguma forma, são ficções, que se realizam, ou não. Mas Hugo teve razão, se quis definir o real como a situação perfeita, aquela que as circunstâncias aceitam e limitam. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Estamos, em tempo revolucionário, como sempre estivemos na História,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>em si mesma inevitável processo de mudanças continuadas, em que a política pode ser vista como o provisório que dura. Dura mais, ou menos, de acordo com a situação concreta de espaço, modo e tempo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>No plano internacional, o bom senso indica que o poder dos Estados Unidos, baseado na força militar, é mais fictício do que real. A realidade é a falência do país, com dívida de 15 trilhões de dólares – mais do que o seu PIB do ano passado, de cerca de 14 trilhões. O orçamento para este ano de 2011, prevê gastos militares (despesas correntes mais as pensões dos veteranos) de quase um trilhão de dólares, em um total de<span style="mso-spacerun:yes"> </span>3.6 trilhões. Os Estados Unidos, com todo seu poderio bélico, não ganhou uma só guerra que empreendeu, desde a vitória coletiva contra o nazismo, em maio de 1945. Teve êxito em golpes liberticidas contra governos populares da América Latina. As derrotas no Vietnã e na Somália empalidecem qualquer triunfo – e seu desempenho no Oriente Médio não promete melhor sorte.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>A reunião entre o Brasil, a Índia, a Rússia, a China e a África do Sul, ocorrida na Ásia, se aceitamos a tese de Hugo, é um dos movimentos para a vitória da realidade contra a ficção. Esses países, em conjunto, contam com mais da metade da população do mundo. O dinamismo de sua economia surpreende os observadores. Ainda que muito desse crescimento, nos dois gigantes asiáticos (Índia e China) se deva à<span style="mso-spacerun:yes"> </span>pesada apropriação da mais-valia dos trabalhadores, submetidos a jornadas maiores de serviço e a salários reduzidos, os resultados obtidos os colocam na vanguarda do desenvolvimento nesta década que se inicia. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O mundo começa a não caber na camisa-de-força do condomínio que se estabeleceu com a vitória de maio de 1945 contra a Alemanha e o Japão. Esse condomínio pôde ser mantido mediante o poderio bélico e econômico dos Estados Unidos, o único país a ganhar tudo com o conflito, uma vez<span style="mso-spacerun:yes"> </span>que a geografia o preservara de combates em seu próprio território.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>É desse desconforto planetário que novos países emergem, a fim de dizer o que pensam e o que querem no cenário internacional. Eles dispõem de inegáveis trunfos, como os da extensão territorial, da população, dos recursos naturais, como minerais metálicos, disponibilidade de energia fóssil e renovável, mananciais de água, biodiversidade e acelerado desenvolvimento da ciência e da tecnologia – e a consciência da necessária soberania. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Estamos em plena revolução política e econômica, que promete<span style="mso-spacerun:yes"> </span>reviravolta histórica, mas, como todas as grandes mudanças, carregada de perigos. Ela nos propõe desafios imensos, como os de universalizar a educação, dar novos paradigmas ao desenvolvimento da ciência, domar o progresso, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>de forma a não comprometer os recursos da natureza, e, ao mesmo tempo, distribuir e manter o bem-estar que a tecnologia nos trouxe. O entendimento entre os países emergentes será sempre provisório, como são os atos políticos, mas deve durar o bastante para redesenhar a geografia do poder no mundo. <o:p></o:p></span></p><blockquote></blockquote></blockquote>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-30548985404950115672011-04-18T12:18:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.641-07:00AS IMAGENS DE ABDIJÃ<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiak6rLOJ8_ZVxC8xDejhrO3wB87FIZ_VIzj_g-akQAb3KnN-XPo1b5XSJw7eNlw-FbVu3FAO8EHHVUgZa1AWyQ1uvDbHHGTK_nn7QdgYjRLjs6z8MA3GTQcidO2lmGbQi_JvejFBFp73o/s1600/Simone-Gbagbo-humili%25C3%25A9e-375x260.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 222px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiak6rLOJ8_ZVxC8xDejhrO3wB87FIZ_VIzj_g-akQAb3KnN-XPo1b5XSJw7eNlw-FbVu3FAO8EHHVUgZa1AWyQ1uvDbHHGTK_nn7QdgYjRLjs6z8MA3GTQcidO2lmGbQi_JvejFBFp73o/s320/Simone-Gbagbo-humili%25C3%25A9e-375x260.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5595871200495780338" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif"">As fotografias, divulgadas pela imprensa internacional, são assustadoras. Sob a proteção das armas e soldados franceses, a horda de partidários do novo presidente da Costa do Marfim, Alassane Quattaro, cometeu atrocidades inenarráveis, no assalto final à residência do chefe de Estado vencido, Laurent Gbagbo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Aceitemos todas as acusações feitas a Gbagbo e o argumento de seu adversário, que a “comunidade internacional” acolheu, de que as eleições foram corretas. Gbagbo lhes negava legitimidade e se recusava a deixar o poder. Mas se tratava de um assunto interno, que deveria ser resolvido sem interferência estrangeira. A França, no entanto, interveio em Abidjã, como se a Costa do Marfim fosse um mero departamento de seu território soberano. Não <span style="mso-spacerun:yes"> </span>interveio para proteger a incolumidade do ex-presidente, como havia prometido, mas, sim, a violência dos assaltantes. A imagem da mulher de Gbagbo, que teve as tranças<span style="mso-spacerun:yes"> </span>arrancadas pelos atacantes, a roupa esfarrapada pela brutalidade, os olhos vermelhos, a face humilhada, é outro documento destes tempos <i style="mso-bidi-font-style:normal">que põem à prova a alma dos homens</i>, para lembrar a frase de Thomas Payne, criada durante as duas revoluções, a americana e a francesa, que marcaram os anos finais do século 18.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Convém lembrar que, naqueles confrontos brutais, como foram os do “Terror” na França, não houve centros de tortura, como os Guantánamo e Abu Ghraib, nem massacres como os de My Lai, no Vietnã. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>A França foi o primeiro país a declarar os direitos inalienáveis do homem e do cidadão. Mas a bela <i style="mso-bidi-font-style: normal">Declaration des droits</i>, de 1789, não passa de referência histórica. A Grande França, que deu ao mundo alguns de seus mais belos momentos, é hoje<span style="mso-spacerun:yes"> </span>caricatura do passado. Depois de De Gaulle ela ainda teve horas fortes com Mitterrand. Mas, desaparecida a grande geração dos resistentes ao nazismo,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>a mediocridade de Sarkozy e o atrevimento da velha direita, racista, que se revelou no famoso processo contra Alfred Dreyfus, na passagem do século 19 ao século 20, retorna. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O que a França tem feito na África, e principalmente agora, em Abidjã, é uma intervenção colonialista declarada, assim como é uma guerra de reconquista colonial a que está ocorrendo na Líbia. Os Estados Unidos, a França e a Inglaterra parecem empenhados em restaurar seus impérios ultramarinos – com os aplausos de uma Espanha apodrecida pela corrupção e embalada pela esperança de obter algumas vantagens marginais nessa nova divisão do mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Ontem, mulheres muçulmanas foram multadas na França, pelo uso de seus trajes tradicionais. O governo de Paris alega que a medida visa a proteger os direitos femininos. É a torção de conceitos, de que o totalitarismo é mestre. No Iraque, as mulheres não eram obrigadas a esconder o corpo sob a burka, nem a face sob o nikab. Não obstante isso, como o problema era o petróleo, Saddam foi enforcado. Simone Gbagbo, de fé cristã, foi humilhada e agredida, sob os olhos, provavelmente divertidos, dos soldados franceses que garantiram o assalto à residência oficial. Sua roupa foi arrancada do corpo e rasgada. Seu marido, Laurent Gbagbo, que se acovardou nos últimos momentos, parecia um sonâmbulo. Nem mesmo o quarto em que as tropas francesas e as de Quattaro meteram o ex-presidente e sua mulher, foi resguardado. As fotos dos dois, sentados sobre o leito, sob o escarmento dos vencedores, correram ontem o mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>É um retrato da “<i style="mso-bidi-font-style:normal">grandeur</i>” da França, sob Sarkozy. Em 1968, De Gaulle qualificou a rebelião estudantil de Paris como uma <i style="mso-bidi-font-style:normal">chienlit</i>. Como ele definiria a triste palhaçada de Sarkozy em Abidjã?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-52712157688924490292011-04-18T12:16:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.647-07:00O PARTO DE UMA NOVA IDADE<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQv9EDqVOhpXGu19IoFQCKOOdbJDNFQ-Ou3NABa54jgHdxhRHp7yc_3Y-d8ZzgrozKm-OWIM4PB7fHOwIZUmlgCRidjMbLw7wrJZBxM7M-17lXxz6KljmCS-JMprweoN1_QssXOhhRa24/s1600/RELO.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 130px; height: 127px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQv9EDqVOhpXGu19IoFQCKOOdbJDNFQ-Ou3NABa54jgHdxhRHp7yc_3Y-d8ZzgrozKm-OWIM4PB7fHOwIZUmlgCRidjMbLw7wrJZBxM7M-17lXxz6KljmCS-JMprweoN1_QssXOhhRa24/s400/RELO.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593336128934345474" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioDHCqHlHrQkYzzotsx-gVs_kO2qrvbsFG6EI-D-YZTuU_7S8kceIboGg1twiohVdUgt1THvDd_qPoYG5FGF2tx_T8UyjJ7vI_2Mlzxw9NVrAWFANZuE6zXnKozzg5Vi5EQ8DiPEiYzfw/s1600/RELO.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"></a><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">Quem se dedica ao estudo da História está dispensado das surpresas e do espanto. O</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 29px; ">s tempos também envelhecem, de suas entranhas surgem novas idades. E o parto dos tempos novos costuma ser terrível, com guerras, atos de loucura, fogo e sangue. A Idade Moderna, que se iniciou com o Renascimento e a descoberta da América, começou a envelhecer quando o Iluminismo não conseguiu consolidar as conquistas políticas da Revolução Francesa. Não souberam os líderes do grande movimento libertador conter a violência no momento certo, e o resultado, com a reação da direita, foi o surgimento de Napoleão, a restauração da monarquia e a substituição da nobreza pela burguesia.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">A injustiça continuou, e as tentativas revolucionárias dos trabalhadores europeus, em 1848, e dos franceses em particular, com a Comuna de Paris, foram derrotadas pela força. O governo dos trabalhadores que assumiram o poder no município de Paris foi, na visão de Marx, “um frustrado assalto ao céu”. Os operários foram trucidados. Os soldados franceses, vergonhosamente recém-derrotados pelas forças alemãs, na guerra de 1870, descontaram sua frustração e se tornaram “valentes” contra trabalhadores mal armados, que se defendiam em barricadas improvisadas. Os que se rendiam eram logo executados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">Desde 1776, quando os norte-americanos declararam independência e iniciaram a guerra contra a Inglaterra, o mundo ocidental entrou no período de preparação para uma nova idade. Em 1789, com a reunião dos Estados Gerais, as ideias políticas do Iluminismo eclodiram em Paris. Elas já haviam influenciado os norte-americanos e chegado ao Brasil, a Ouro Preto. Em março daquele ano, os revolucionários mineiros foram denunciados; em abril de 1792, Tiradentes foi enforcado e esquartejado. Em janeiro de 1793, Luís XVI foi guilhotinado em Paris.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">A onda revolucionária árabe é vista por observadores ocidentais, jornalistas e diplomatas como uma vitória do capitalismo. Isso é até possível, mas é só uma pequena parcela da realidade<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">O processo continuou no século 19, com o enfrentamento entre os ricos burgueses e os trabalhadores pobres e explorados. No século 20, os confrontos se multiplicaram. Durante os 100 anos, duas guerras mundiais e vários conflitos menores, o sangue jorrou como nunca, mais de 100 milhões de pessoas, entre combatentes e não combatentes, morreram. Agora há sinais de que a Humanidade já se encontra cansada de tudo isso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">A onda revolucionária que percorre os países árabes vem sendo identificada pelos observadores ocidentais como uma vitória do capitalismo. Na visão apressada dos jornalistas e diplomatas ocidentais, os jovens mobilizados pela internet querem derrubar seus déspotas a fim de viver os padrões europeus e norte-americanos de conforto. É até possível que isso seja verdade em parte, como é evidente que os países capitalistas, sedentos do petróleo do Oriente Médio, incentivam rebeliões, como as do Líbano, com seus agentes provocadores. Mas estão vendo só uma pequena parcela da realidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">A rebelião, ainda que não exista uma consciência clara disso, se faz contra uma ordem mundial de domínio. Essa ordem, construída e administrada pelo capitalismo, sempre aceitou os tiranos do Oriente Médio, desde que eles lhe facilitassem o acesso ao petróleo. Não são os direitos humanos, como a sua hipocrisia proclama, que defendem, mas o direito que se arrogam de explorar os povos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; ">A Revolução Soviética foi uma grande tentativa de construir esse novo tempo, mas foi vencida pela traição interna de seus burocratas e pelos seus graves erros, entre eles a violência stalinista. A queda do Muro de Berlim, porém, não significa a derrota definitiva do humanismo, como eles pensam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:7.5pt;text-align:justify;line-height: normal;vertical-align:top"><span style="font-size: 22pt; font-family: Arial, sans-serif; "><span class="Apple-style-span">Está surgindo uma nova idade no mundo: o sistema de poder, dominado pelos banqueiros, que faz e desfaz governos, controla a ciência e a tecnologia, determina a vida e a morte de povos inteiros, começa a ser visto em seu horror pelas grandes massas. O que virá depois, não sabemos – mas as dores do parto desse novo tempo já se fazem sentir. </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; line-height:115%"><o:p> </o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-23297480781146612092011-04-04T10:48:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.653-07:00A LÓGICA E O ATOLEIRO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUpE3pIMNyY145_FWOfgMKcAGNUXTTNoAtqLAf-MxbnFEcmiCGGW7CMdAW88R52tVZPcrJqYyc8uArLhLJcB0ksqxUMS1g3PwM36axcImUxuAvOUOZ3CkIV6Dr4YrnNtDB3sSLmzapRmE/s1600/obama-bush1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 271px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUpE3pIMNyY145_FWOfgMKcAGNUXTTNoAtqLAf-MxbnFEcmiCGGW7CMdAW88R52tVZPcrJqYyc8uArLhLJcB0ksqxUMS1g3PwM36axcImUxuAvOUOZ3CkIV6Dr4YrnNtDB3sSLmzapRmE/s320/obama-bush1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5591775308644290306" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif"">A eclosão da inteligência na Grécia do século V parece ter consumido quase toda a possibilidade de raciocinar da espécie humana. Sendo assim, sempre nos valemos da experiência intelectual daquele tempo, que os árabes guardaram e devolveram à Europa. Não é difícil encontrar períodos de eclipse da lógica e da ética no curso da História. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Em nossos dias, personalidades políticas, maiores ou menores, dizem coisas que só podemos atribuir à carência intelectual ou a debochado insulto à ética, quando não à convergência das duas situações. A propósito da Líbia, repete-se a velha tática dos dominadores de perverter as palavras, de torcer a semântica, para fazer do certo, errado; e do errado, certo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O governo de Kadafi fez o que todo governo - de direita ou de esquerda, ditatorial ou democrático - <span style="mso-spacerun:yes"> </span>ameaçado faz: reagiu com as forças de que dispunha. A reação era na medida da sublevação: no início, de natureza apenas policial. Com a escalada da rebelião armada, aparentemente justa, contra o governo unipessoal e arbitrário de Kadafi, a violência da repressão também cresceu. Os americanos, franceses e ingleses decidiram pedir ao Conselho de Segurança autorização para arrasar Kadafi. O Conselho, com a abstenção dos Bric e da Alemanha, autorizou medidas limitadas à zona de exclusão aérea. Os bombardeios, segundo denúncias respeitáveis, têm sido indiscriminados, tal como ocorreu no Iraque, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>durante muitos anos, e têm matado mulheres, crianças e idosos indefesos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Intelectuais destacados, mas também simples pessoas do povo, mostram indignação contra essa agressão à lógica da linguagem. A fim de evitar que os civis sejam metralhados, bombardeiam-se as cidades; contra as metralhadoras de Kadafi, disparam-se os mísseis Tomahawk, ao custo de 600.000 dólares cada um. Ao<span style="mso-spacerun:yes"> </span>massacre se dá o nome de “proteção”. Essa distorção do sentido dos vocábulos é apontada por observadores no mundo inteiro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><i style="mso-bidi-font-style:normal">Le Monde</i> publicou ontem um “pequeno dicionário”, para entender essa linguagem dissimuladora, produzido pelo site Acrimed. Não se fala em “guerra”, mas em “resposta”, como se a Líbia houvesse agredido algum dos “aliados” e as operações tivessem caráter defensivo, e não ofensivo; usa-se o termo francês “frapper”, para os ataques, quando <i style="mso-bidi-font-style:normal">frapper</i> significa mais tocar, do que golpear (“frapper” uma bola em jogo de futebol, “frapper” à porta); outro termo usado é o de “frappes non ciblées”, para dissimular os bombardeios ao azar, ou seja, sem alvos<span style="mso-spacerun:yes"> </span>definidos, ou seja, para disseminar o terror. Outra distorção é a de chamar “kadafistas” às tropas do governo de Trípoli, em lugar de designá-las como simplesmente tropas leais, em contraponto às tropas rebeladas. O secretário geral da OTAN, Andrés Rasmussen, disse que a resolução da ONU prevê o embargo de armas, e que o dever da Aliança é proteger os civis, não de armá-los, como<span style="mso-spacerun:yes"> </span>querem Obama, Hillary Clinton, Sarkozy e Cameron.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O presidente dos Estados Unidos começa a enfrentar a oposição do Congresso, pelo açodamento com que determinou a ação militar contra a Líbia, sem autorização parlamentar. Mesmo que a operação houvesse sido consentida pelo Conselho de Segurança da ONU, o emprego de armas e tropas necessitava da ratificação prévia do Congresso. Obama violou a Constituição (art.8, n. 11) e, em tese, se tornou passível de um processo de impeachment.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>A derrota de Sarkozy na França é um claro recado do inconformismo dos franceses. Na Inglaterra, com as manifestações de protesto, os cidadãos não admitem que haja cortes nos gastos sociais, enquanto se financiam operações de guerra. O Marrocos, que está para a França como Israel para os Estados Unidos, apóia os bombardeios. Os saarauis são os seus palestinos.<span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Sem a ajuda da ética, essa companheira inseparável da lógica, Obama e seus aliados começam a patinar no atoleiro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-29326295741364675732011-04-04T10:47:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.658-07:00OS OUVIDOS DA FORMIGA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLKCLRUjjWIakgj5QbjHVlWd7IFFBhWrQZ9Irg1oALbBU9nAtTM2ZSr8OKMhDf6_YuRuXUk4ZNGvf6ZAXMO6tQ255BHLgBqlG8zaElLZCq7d2vlrokb36Ow50GHjHOgN6_M1es9VDx2W4/s1600/antsx.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 237px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLKCLRUjjWIakgj5QbjHVlWd7IFFBhWrQZ9Irg1oALbBU9nAtTM2ZSr8OKMhDf6_YuRuXUk4ZNGvf6ZAXMO6tQ255BHLgBqlG8zaElLZCq7d2vlrokb36Ow50GHjHOgN6_M1es9VDx2W4/s320/antsx.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5591769914395522626" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif"">Há anos tento recuperar o texto de um dos mais assustadores contos de ciência ficção, que li ainda na adolescência. Ao que me indica a frágil lembrança da narração, o autor era russo. Em certo dia, os astrônomos localizam uma nuvem de gás letal que se aproxima da Terra e que a cobrirá, fatalmente. Certos do fim da vida no planeta, os líderes políticos se reúnem às pressas com os cientistas e, no tempo ainda disponível, tomam providências para registrar tudo o que seria possível guardar para uma civilização que viesse a surgir, em qualquer tempo depois, em nosso planeta. Um complexo sistema é estabelecido para chamar a atenção do futuro ser inteligente, quando, passado o efeito do envenenamento atmosférico, fosse presumível a comunicação com esse desconhecido, descendente de alguma forma de vida preservada durante o grande acidente cósmico.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Um dia, os grandes alto-falantes, espalhados pelo mundo, reproduzem o som estridente das sirenes e, em seguida, em todas as línguas imagináveis, as informações sobre os arquivos da vida humana, com as chaves de sua decodificação. Durante meses, enquanto duram as potentes baterias do sistema, os sons se repetem, sem que haja qualquer reação. Segundo o conto, os únicos seres sobreviventes haviam sido as formigas – e as formigas são surdas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Nos arquivos subterrâneos, e para sempre, enquanto o sol brilhar e a Terra existir, jazerão, tão indiferentes como as rochas, as gravações da Quinta Sinfonia de Beethoven, com sua intrigante pausa inicial; das Quatro Estações de Vivaldi, de toda a obra de Bach e Telleman, das Sinfonias de Mahler e das surpreendentes composições de Gershwin; <span style="mso-spacerun:yes"> </span>as mais belas esculturas; todos os livros do mundo, juntamente com as pinturas, da reprodução dos afrescos da Antiguidade a Miró e Picasso. Também guardados em recipientes de cristal selado, os grandes filmes até então produzidos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Não estamos ouvindo os avisos da Natureza. Eles estão sendo mais insistentes em nosso século, que se inicia, do que nunca foram. Esses avisos podem ser confirmados pela ciência: o pólo magnético se desloca rapidamente, em conseqüência das tempestades magnéticas se sucedem. Há o risco, já anunciado, de que haja<span style="mso-spacerun:yes"> </span>tal subversão no campo magnético terrestre que todos os registros eletrônicos se apagarão em um instante – e para sempre. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O homem ainda não se deu conta de sua grandeza. A inteligência que o assiste é a maior expressão da vida no Cosmos. Fruto do acaso, ou de<span style="mso-spacerun:yes"> </span>deliberada intenção superior, o Universo, com seus mistérios e sua imensidão só serve ao homem, porque só o homem tem a consciência de que o Universo existe. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-tab-count:3"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Nos últimos 150 anos causamos mais danos à Natureza do que em todo o curso da vida na Terra. E não adianta esquivar-se da verdade, tão clara como o sol das manhãs de verão: toda essa violência se fez em nome do lucro, em nome do acelerado crescimento do capitalismo, exacerbado a partir de sua aliança com a inteligência tecnológica. Ou paramos para refletir sobre tudo isso, ou, realmente, não merecemos o Universo que recebemos ao nascer e que, mesmo o perdendo, cada um de nós, ao morrer,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>o legaremos aos que virão de nossa semente e de nossos sonhos. Nós o legaremos com o melhor de nossa essência, na arte, essa sublime cumplicidade com a natureza, no pensamento filosófico, na fé na transcendência, no registro das histórias de amor.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Isso, se conseguirmos encontrar a razão da vida, que perdemos, inebriados pelo mito do progresso sem limites, do hedonismo sem limites, da insânia sem limites. Uma coisa é certa: nosso sistema de vida, conduzido pela razão do capitalismo, é incompatível com a preservação da espécie. Temos que encontrar um novo caminho, em que o homem possa ser feliz e se realizar, enquanto o nosso planeta se mantiver girando, na órbita de uma estrela ainda viva.<span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-25573593707140916522011-04-04T10:45:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.664-07:00A NOVA REPARTIÇÃO COLONIAL DO MUNDO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifdo3k8CKI_oTiqOl36D3EI6TWQB0ZdSuLe4ChYZl0Vh9c8CQtyqVYrEHmljFjt9iVxZ0sdoSHfLpQnwgiXEBEQh1Nut4rb5baYz8WedDP5H6nXb0uJULaFSVRtigbB3cA3cGYy3W_j7k/s1600/US-Air-Force-attack.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 246px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifdo3k8CKI_oTiqOl36D3EI6TWQB0ZdSuLe4ChYZl0Vh9c8CQtyqVYrEHmljFjt9iVxZ0sdoSHfLpQnwgiXEBEQh1Nut4rb5baYz8WedDP5H6nXb0uJULaFSVRtigbB3cA3cGYy3W_j7k/s320/US-Air-Force-attack.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5591781083733273346" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif"">A Europa e os Estados Unidos, com sua ação contra a Líbia, buscam voltar ao século 19, e promover nova repartição colonial do mundo. Na realidade, não houve <span style="mso-spacerun:yes"> </span>independência efetiva das antigas colônias. Mediante os artifícios do comércio internacional, e, sobretudo, da circulação de capitais, a dependência econômica e política dos paises periféricos permanece. Nos últimos vinte anos, com a globalização neoliberal, o domínio dos paises centrais se tornou ainda maior. Razão teve Disraeli, o controvertido homem de estado britânico, ao dizer que as colônias não deixam de ser colônias <span style="mso-spacerun:yes"> </span>pelo simples fato de se declararem independentes. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Esse domínio indireto por si só não lhes basta: querem retornar ao estatuto colonial escancarado. Ao perceberem os sinais de insurreição geral dos povos contra a opressão de seus prepostos, tomam a iniciativa da repressão preventiva. A doutrina da <i style="mso-bidi-font-style:normal">preemptive war</i> de Bush continua vigendo, e é agora aplicada pela França e pela Grã Bretanha,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>sob solerte delegação de Washington. Os norte-americanos bem intencionados, que votaram em Obama, descobrem que <i style="mso-bidi-font-style:normal"><u>não podem</u></i> mudar o sistema mediante o processo eleitoral. Como o grande presidente republicano – e o mais importante militar do século passado – Eisenhower denunciara e previra, quem domina o sistema é o “complexo industrial-militar”, hoje com o mando repartido entre o Pentágono e Wall Street. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O presidente Obama se assemelha, a cada dia mais, aos Bush. Embora seu objetivo final seja o mesmo, ele cuida de falar macio na América Latina, enquanto açula <span style="mso-spacerun:yes"> </span>seus aliados contra a Líbia, no movimento da reconquista imperial do Norte da África. Tal como Tony Blair, no caso do Iraque, Cameron se dispõe ao <i style="mso-bidi-font-style:normal">dirt job</i>. Conforme o semanário alemão Focus, comandos britânicos já operavam na Líbia<span style="mso-spacerun:yes"> </span>semanas antes da oficialização da aliança.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O movimento pela re-colonização, por parte das antigas metrópoles, se desenvolve pari-passu com a globalização. E obedece ao<span style="mso-spacerun:yes"> </span>discurso hipócrita de que, fora dos padrões católicos e protestantes da <i style="mso-bidi-font-style:normal">civilização ocidental</i>, todos os povos são bárbaros e incapazes de autogoverno. A realidade é bem outra: a fim de manter o nível de conforto e de consumo dos países centrais, é necessário usar todos os recursos naturais e humanos da periferia. O espaço asiático de saqueio, no entanto, se estreita com o aumento da população e de consumo conforme os padrões ocidentais – e o crescimento da China. Mas há ainda o gás e o petróleo do Cáspio, pelos quais os americanos buscam controlar o Afeganistão e ameaçam o Irã. Manter os mananciais petrolíferos do Oriente Médio e do Norte da África é, em sua visão, essencial – apesar de seu discurso hipócrita sobre o meio-ambiente. A mesma hipocrisia se revela na declaração de que não querem atingir Kadafi: seu complexo residencial foi atacado pelos mísseis de Obama, da mesma forma que Reagan o fez, em 1986, matando uma filha do dirigente líbio.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Ao mesmo tempo, é-lhes conveniente assegurar o suprimento de minerais e de alimentos, da América Latina e da África Negra. Ameaçados pela penetração dos chineses no continente africano, eles estão dispostos a jogar tudo, para a restauração de seu antigo domínio. E não faltam os sócios menores, os sub-empreiteiros do<span style="mso-spacerun:yes"> </span>colonialismo, como os espanhóis e os italianos. Os espanhóis, nessa nostalgia de Carlos V e Felipe II, se unem a Obama, a Cameron e a Sarkozy. Não há diferença entre Zapatero e Aznar: os dois são o mesmo, no esforço pela Reconquista da América do Sul. Os italianos são menos insistentes: sabem que com a queda de Kadafi, a Líbia não lhes será devolvida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Os neocolonialistas tentam aproveitar-se de uma rebelião sem idéias, embora justa, contra a corrupção e o poder ditatorial nos países árabes. Mas seu êxito não é certo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:22.0pt; font-family:"Arial","sans-serif""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Os norte-americanos sempre criam, estimulam e financiam movimentos oposicionistas em todos os paises nos quais é de seu interesse desestabilizar os governos e os sistemas políticos. Estamos, nestes dias, lembrando-nos de 1964. Poderíamos nos lembrar de todos os anos anteriores, sobretudo do período entre 1945 e 1954 quando Vargas, eleito presidente, criou os instrumentos econômicos necessários ao desenvolvimento independente, com as grandes empresas estatais. Depois de morto o grande presidente, Juscelino conseguiu equilibrar-se, graças à sábia opção política de mobilizar a nação para as tarefas do crescimento acelerado. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Assim, não é de surpreender que seus agentes e aliados, nos países muçulmanos, tenham estimulado o movimento que se iniciou, de maneira aparentemente acidental, na Tunísia. Os jovens dos países islâmicos se encontram insatisfeitos com a vida. Faltam-lhes oportunidades de realização profissional e pessoal. Sua liberdade é limitada, e seus sonhos se desfazem, diante de uma sociedade fechada em si mesma. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>No último dia 21, o <i style="mso-bidi-font-style: normal">New York Times</i> publicou artigo de um jovem de 24 anos, e bem sucedido colaborador do respeitável <i style="mso-bidi-font-style:normal">Council of Foreign Relations</i>, de Nova Iorque. Mattew C. Klein analisa a situação dos jovens norte-americanos, mostrando que a sua situação de desemprego é semelhante à dos jovens dos países pobres, e que os seus sonhos são também limitados. Ele poderia ter discutido também o desencanto da parcela não alienada da juventude de seu país com o governo, com a corrupção parlamentar e com o indecente comportamento das grandes corporações que têm a sua cabeça <st1:personname productid="em Wall Street" st="on">em Wall Street</st1:personname>, com o belicismo de seu país. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>O fato de que haja liberdade de imprensa e eleições periódicas não reduz o absolutismo essencial do sistema norte-americano. O povo vota, de quatro em quatro anos, a imprensa é livre, o sistema judiciário funciona, embora nem sempre a Suprema Corte julgue com isenção. Mas, ainda assim, a liberdade, ali, como em outros lugares, é um bem de mercado. É preciso comprá-la.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Os direitos humanos, ainda que proclamados em declarações altissonantes, são também violados nos Estados Unidos e nos países que lhes fazem coro. Basta lembrar o que se passa em Guantanamo, o que foi documentado <st1:personname productid="em Abu Ghraib" st="on">em Abu Ghraib</st1:personname>, e as condições a que está submetido, em uma prisão naval, o soldado norte-americano Bradley Manning. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span style="mso-spacerun:yes"> </span>O discurso de que a intervenção na Líbia se faz em nome dos direitos humanos e da proteção aos civis é imoral. É considerada insensata até mesmo a parlamentares britânicos, como o deputado Rory Stewart, em artigo publicado no dia 18, pela London Revew of Books. Stewart não é um homem de esquerda. Deputado por um dos tradicionais redutos conservadores do Noroeste da Inglaterra, o de <i style="mso-bidi-font-style: normal">Penrith and the Border</i>, o parlamentar revela <span style="mso-spacerun:yes"> </span>conhecimento do tema. Ele participou das tropas britânicas no Iraque, e, depois disso, atravessou a pé o Afeganistão, como parte de uma viagem maior, da Turquia ao Nepal, por <st1:metricconverter productid="6.000 quilmetros" st="on">6.000 quilômetros</st1:metricconverter> e que durou dois anos. Embora conservador, Stewart considera um erro a participação de seu país nas cruzadas anti-islâmicas. Justifica, em parte, a intervenção na Iugoslávia, em nome da proteção das populações civis, ali ameaçadas de genocídio – mas não concorda com as demais. Reproduzimos alguns textos de seu artigo, publicado com o titulo de “Here we go again”:<o:p></o:p></span></p> <p class="yiv976565910msonormal" style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><b><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span> </span><span> </span><i><span>Parecia duplamente improvável que a Inglaterra algum dia interviria militarmente em país como a Líbia. Embora pobre em petróleo, o Afeganistão, na Ásia Central, foi visto por muitos muçulmanos como objeto de ocupação por cruzados infiéis, comandados por Israel, e com o objetivo <span> </span>de implantar bases militares ou de arranjar petróleo barato. Qualquer movimento contra a Líbia – país árabe, muçulmano, obcecado numa luta sem tréguas contra o colonialismo e suando petróleo – dava a impressão de que seria visto como movimento extremamente hostil e sinistro, primeiro pelos seus próprios vizinhos árabes; mas também pelo mundo desenvolvido e até pelos próprios líbios.</span><o:p></o:p></i></span></b></p> <p class="yiv976565910msonormal" style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><b><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span> </span> <i>A Líbia não atende, sequer, aos critérios do direito internacional, como alvo de intervenção militar. Kadáfi é o poder soberano, não os rebeldes; não praticava nem genocídio nem limpeza étnica. Na Bósnia, a situação era diferente: em algumas semanas, haviam morrido 100 mil pessoas. E a própria Bósnia – estado soberano não reconhecido pela ONU – pediu formalmente a intervenção. O caso do Kôssovo foi menos claro, mas a intervenção visou Milósevic e veio depois das guerras dos Bálcãs, iniciadas por ele, e do deslocamento forçado de 200 mil pessoas, com provas abundantes de atrocidades movidas por preconceitos étnicos.</i> <i>Esse tipo de concepção do que seja uma intervenção militar legal, e que em 1999 parecia ser a quintessência da governança e do consenso global, deixou de ser a concepção dominante no Ocidente. <o:p></o:p></i></span></b></p> <p class="yiv976565910msonormal" style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><b><i><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif"">Como deputado à Câmara dos Comuns, ocorreu-me que talvez seja hora de lembrar às pessoas<span> </span>que, apesar da desgraça do Afeganistão, a Inglaterra ainda pode ter papel construtivo no mundo. <o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="yiv976565910msonormal" style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span class="Apple-style-span"><b><i><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span> </span></span></i></b><b><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif"">No fim de seu artigo, o parlamentar é pessimista e vai fundo na exposição dos pretextos dos colonialistas:<o:p></o:p></span></b></span></p> <p class="yiv976565910msonormal" style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><b><i><span style="font-size:22.0pt;font-family:"Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span"><span> </span>“Nada me tira da cabeça que o perigo maior não é o desespero, mas as decisões irrefreáveis, quase hiperativas: o senso de alguma obrigação moral, o medo de estados-bandidos, de estados fracassados, de perdermos nossa “credibilidade”. Isso, sim, me faz temer que estejamos no início de mais uma década de superintervenção militar”.</span><o:p></o:p></span></i></b></p> <i style="mso-bidi-font-style:normal"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 29px; font-style: normal; ">Rory Stewart (nascido <st1:personname productid="em Hong Kong" st="on">em Hong Kong</st1:personname>, de pais ingleses, educado na Inglaterra) confirma assim o objetivo de outro movimento colonialista,<span style="mso-spacerun:yes"> </span>de novo “manu militari” dos velhos dominadores. Acuados pela falta de petróleo barato, eles se agarram ao passado, em busca de sua segurança e de seu orgulho, como <i style="mso-bidi-font-style:normal">donos do mundo.</i></span></div></i>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-73026493594730969552011-04-04T10:44:00.000-07:002012-04-20T04:33:25.670-07:00O CRISTO QUE VIVE ENTRE NÓS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQlDDUl3PSltPZU_I6VKHE6I1otgvkHOLPIwxAV5-j__Ig0P7DyaxrBhmEXjnjrhNuFSjuynU9gmw-o1x8KDLRt0DdGrHaxjYYKdG_wED4UBJEIWeLpb3iHKLyM0M7xvrwTcDzj1i1AQM/s1600/cristo.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 156px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQlDDUl3PSltPZU_I6VKHE6I1otgvkHOLPIwxAV5-j__Ig0P7DyaxrBhmEXjnjrhNuFSjuynU9gmw-o1x8KDLRt0DdGrHaxjYYKdG_wED4UBJEIWeLpb3iHKLyM0M7xvrwTcDzj1i1AQM/s200/cristo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5585399397633001938" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="apple-style-span"><span style="font-size:22.0pt;line-height:115%;font-family:"Trebuchet MS","sans-serif""><span class="Apple-style-span">O papa Bento 16, na biografia de Cristo que acaba de publicar, decretou, de sua cátedra, que Cristo separara a religião da política. Mais do que isso, participa de um dos equívocos de São Paulo – porque até os santos se enganam – o de que, se Cristo não ressuscitou de entre os mortos, “vã é a nossa fé”. Cristo ressuscitou dos mortos, não em sua carne perecível, mas em sua grandeza transcendental. O papa insiste – e nessas insistências a Igreja sempre se perdeu – em que o corpo de Cristo ainda existe, em toda a fragilidade da carne, em algum lugar, ao lado de Deus. Com isso, o Santo Padre separa Cristo da humanidade a que ele pertence, e o situa no espaço da mitologia dos deuses pagãos. A afirmação mais grave do Papa, de acordo com o resumo de suas idéias, ontem divulgadas, é a de que política e religião são instituições separadas a partir de Cristo. A própria história do Vaticano o desmente. A Igreja Católica – e todas as outras confissões religiosas – sempre estiveram a serviço do poder político, e em sua expressão mais desprezível. Para não ir muito longe na História - ao tempo da associação entranhada entre os reis, os imperadores e o Vaticano, durante a Idade Média -, bastam os exemplos de nosso século. Os documentos existentes demonstram o apoio da Igreja a ditadores como Hitler, considerado, por Pio XII, como “um bom católico”. Mais recentemente ainda, houve a “Santa Aliança”, conforme a denominou o jornalista norte-americano Bob Woodward, entre o antecessor de Ratzinger e o presidente Reagan, dos Estados Unidos, com o propósito definido de acabar com a União Soviética. Por acaso não se trata de uma escolha política do Vaticano a rápida canonização do fundador da Opus Dei, como santo da Igreja, e o esquecimento de grandes papas, como João 23, e de mártires da fé, como o bispo Dom Oscar Romero, de El Salvador? A religião sempre esteve na origem e na inspiração da política, e, em Cristo, essa identidade comum se torna ainda mais nítida. O campo da razão em que a fé e a política se encontram é o da ética. A ética é uma exigência da fé em Deus e do compromisso com a vida humana. A política, tal como a identificaram os grandes pensadores, é a prática da ética. A ética política significa a busca do bem de todos. Nessa extrema exegese do que seja a ética, como o fundamento da justiça, a boa política é a da esquerda, ou seja, da visão de igualdade de todos os homens. Em Cristo, a fé é o instrumento da justiça. Quem quiser confirmar esse compromisso político de Cristo, basta ler os Atos dos Apóstolos, e verificar como viviam as primeiras comunidades cristãs, unidas pela absoluta fraternidade entre seus membros, enfim, uma sociedade política perfeita. Ao negar a essencial ligação entre a fé cristã e a ação política, o papa vai além de seu velho anátema contra a Teologia da Libertação, surgida na América Latina, um serviço que ele e Wojtyla prestaram, com empenho, aos norte-americanos. Ele se soma aos que, hoje, ao separar a política da ética da justiça, decretam o fim da esquerda. Esse discurso – o de que não há mais direita, nem esquerda – vem sendo repetido no Brasil. Esquerda e direita, ainda que a denominação venha da França revolucionária de 1789, sempre existiram. Na Palestina, no tempo de Jesus, a esquerda estava nos pescadores e pecadores que o seguiam, e a direita nos “fariseus hipócritas”, que, no Sinédrio, e a serviço dos romanos, o condenaram à morte. O papa acredita que a Igreja sobreviverá à crise que está vivendo. Isso é possível se ela renunciar a toda sua história, a partir de Constantino, e retornar ao Cristo que andava no meio do povo, perdoava a adúltera, e chicoteava os mercadores do templo. O Cristo que ressuscitou dos mortos está ao lado dos que vêem a fé como a realização da justiça e da igualdade, aqui e agora.</span></span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:22.0pt;line-height:115%; font-family:"Trebuchet MS","sans-serif""> </span></span><span style="font-size:22.0pt;line-height:115%"><o:p></o:p></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-84532803267343902332011-02-01T08:34:00.000-08:002012-04-20T04:33:25.676-07:00ALÉM DE UM JULGAMENTO<div align="justify"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGAb4E5Fn1q5iJ-VQ-BE957htbE8HuBrXhRZdH0CC8UTNM0gtK2jEjV5gz9RBfL3Yrn-hCBi7o_aVjHb9h7DLLQIj5ymH1IAMg-rQX8cB-YcpqhULNMIUdVN5O8sZTiN5LV3BliZHOGqQ/s1600/IMAGO.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 182px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGAb4E5Fn1q5iJ-VQ-BE957htbE8HuBrXhRZdH0CC8UTNM0gtK2jEjV5gz9RBfL3Yrn-hCBi7o_aVjHb9h7DLLQIj5ymH1IAMg-rQX8cB-YcpqhULNMIUdVN5O8sZTiN5LV3BliZHOGqQ/s200/IMAGO.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5568762646854084386" /></a> <a name="OLE_LINK7"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">A retomada do julgamento, pelo STF, do pedido de extradição de Césare Battisti, deve ser analisada sem emoção, o que não é fácil. Há, no caso, o interesse do estado italiano, e, a ele se contrapondo, o interesse de nosso país. Se não os houvesse, os juízes atuariam conforme os seus sentimentos naturais de simpatia ou aversão diante do réu, conforme as provas apresentadas e a legislação pertinente. Assim costuma ser, desde o julgamento mitológico de Orestes, matricida que as Fúrias queriam punir e que a proteção de Apolo e da deusa Atena absolveu, ao influir na decisão dos seres humanos que constituem o tribunal, conforme a trilogia de Ésquilo.</span></span></a></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">Também aquele julgamento poderia ser interpretado como “político”, uma vez que Orestes não estava sendo julgado apenas por ter matado a mãe e seu amante. Ele havia exercido vingança política contra os assassinos de um rei e usurpadores do trono. Em Les Mouches, versão de Sartre do mito, essa razão política foi clara, e se associou à situação da França sob ocupação alemã em 1943, quando a peça foi encenada. Orestes encarnava, na metáfora sartreana, a Resistência Francesa. Ao que parece, e felizmente para Sartre, os alemães não entenderam a alegoria.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">Deixando de lado a dúvida se o STF devia ou não decidir sobre esse ato do Executivo, uma vez que, ao ser provocado, o alto tribunal, em qualquer situação, é quem diz se é ou não competente, cabe, sim, discutir o problema da intromissão do governo italiano. Se o governo atual da Itália fazia da extradição uma questão de honra nacional, cabia-lhe agir pelos canais diplomáticos, e com discrição. Podemos admitir a sua pretensão de punir, de acordo com suas leis, alguém que considera um subversivo que teria agido como assassino comum. O que não podemos tolerar, é a arrogância dos italianos, que se dirigiram aos brasileiros como se fôssemos uma república bananeira ou feitoria do litoral africano.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">As ofensas foram intoleráveis. Como se recorda, elas não se limitaram a criticar a decisão do asilo concedido a Battisti: chegaram a insultar o nosso povo. O deputado da Liga Norte, Ettore Pirovano, disse que não éramos um país conhecido por seus juristas, mas, sim, pelas suas dançarinas. O governo Lula tem sido paciente com os italianos. Podemos arriscar que Juscelino, em seu lugar, não só teria suspendido as relações diplomáticas, até receber as necessárias desculpas de Roma. E se estivesse no Planalto alguém da têmpera de Floriano Peixoto, as relações seriam rompidas no ato.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">O que está em discussão é mais do que o destino de um homem, seja ele culpado em sua terra ou inocente dos crimes que lhe atribuem. Isso não é o mais importante, quando se trata da soberania do Estado brasileiro e da dignidade de nosso povo. A protérvia dos italianos não pode ficar sem resposta. O governo “exemplar” de Berlusconi cometeu erro crasso, ao reagir, como reagiu, à decisão de nosso Ministro da Justiça. Ao fazê-lo, provocou a natural reação de muitos setores da vida brasileira, que seriam indiferentes à sorte de Battisti. E levou esse erro ainda mais longe, ao dirigir-se ao Supremo Tribunal Federal para, nele, contestar uma decisão do poder executivo nacional. Se ele recorresse ao Tribunal de Haia, acataríamos, com todo o respeito, o seu direito em fazê-lo. Tanto é assim que o anúncio do governo de fato de Honduras, de que recorreria à Corte de Haia contra o Brasil, não causou qualquer espanto.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">Bater às portas da nossa Suprema Corte como fizeram os italianos, é aleivosia sem precedentes em nossas relações externas. E essa atitude não se modificou. Ao enviar ao Brasil seu representante, Ítalo Ormanni, chefe do Departamento de Justiça do Ministério da Justiça Italiana, a fim de assistir ao julgamento, Roma reafirmou a intenção de constranger os ministros do Supremo com a sua presença.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">Conforme a interpretação de eminentes juristas, a decisão do STF, nesse caso, não é a final. O Presidente da República pode agir conforme lhe facultam a Constituição e as leis, e negar a extradição, sem que isso seja ato de hostilidade contra o Supremo.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:180%;">É estranho que muitos se sintam preocupados com a Itália. Sob Berlusconi, os governantes de um país que conheceu alguns momentos de esplendor na Historia, não se encontram em condições de dar lições a quem quer que seja.</span></span></div>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1265817549870505649.post-3280675155409826132011-02-01T08:22:00.000-08:002012-04-20T04:33:25.682-07:00A EUROPA E A LIBERDADE<div align="justify"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXeL2cZQK_jq_KTWScU1tGZW84CD-416FaK2N68HPDFIw-HG8RCdCeAA7pBkNBU7czMD05kGGnmvFy7x60QM_3uhX86sfC9HxymcFd4HKnZjjPd8QhtLKrP2CaNbJADBCppn2XpZaidVA/s1600/STOP.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 87px; height: 116px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXeL2cZQK_jq_KTWScU1tGZW84CD-416FaK2N68HPDFIw-HG8RCdCeAA7pBkNBU7czMD05kGGnmvFy7x60QM_3uhX86sfC9HxymcFd4HKnZjjPd8QhtLKrP2CaNbJADBCppn2XpZaidVA/s400/STOP.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5568759538507355842" /></a><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;">A liberdade só existe se for ativa, isto é, se servir para o homem exercer sua vontade, não apenas no domínio da vida pessoal, mas no conjunto da sociedade. Por isso, os gregos desdenhavam os conformistas, os que não participavam das decisões coletivas. Esses, ao não exercer a liberdade, a desmereciam. Eram, em sua indolência política, submissos à vontade alheia. A liberdade é, assim, um sentimento ativo. Não é uma situação que se aceita, mas que se constrói. Para lembrar o texto clássico do Santo Tomás de Aquino, a propósito do pensamento político de Aristóteles, é alguma coisa que edificamos enquanto nela pensamos, por isso, a política é uma ciência (ou seja, um conhecimento) moral, e não técnico. Isso quanto à liberdade. E o que podemos entender como Europa? A unidade continental tinha duas idéias básicas. Uma era a da libertação do totalitarismo, outra, a recuperação do poder espiritual do continente sobre o mundo, mediante a reconstrução de sua economia e de seu saber. Nesse sentido, a União Européia foi o resultado da consciência de uma necessidade histórica, trabalhada por alguns excepcionais homens de Estado, de um lado e do outro do Reno.</span></span></span><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;"> </span></span></span></div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:12.0pt;text-align:justify;line-height: normal" align="justify"><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;">A queda do muro de Berlim favoreceu a expansão da União Européia, que nascera como a Europa dos Seis em 1957, com o Tratado de Roma. Essa ampliação, sem embargo, vem trazendo problemas de identificação do que seja hoje a Europa, e o que sejam as sociedades nacionais que a integram. A unificação não é completa, começando com o problema da moeda única. Para os ingleses, a libra é, como a monarquia, símbolo sagrado de soberania. Mas não se cinge à Europa a grave crise do homem contemporâneo. Os Estados Unidos estão se confrontando com o mesmo problema de identidade. O major que matou os seus companheiros de farda de Fort Hood é, ou não, um americano? Ele matou concidadãos, ou atirou em inimigos do Islã? A grande vantagem dos Estados Unidos é a de ser, desde os peregrinos do século 17, uma pátria pela escolha, não pela fatalidade do nascimento. Daí o seu extremo nacionalismo: todo Ersatz é sempre mais exacerbado do que o modelo. Essa realidade começa a ser posta à prova. Não teria o major matado simplesmente por fadiga de viver em uma sociedade corroída pelo egoísmo? Os adolescentes que matam seus colegas, lá e alhures, por que o fazem? De acordo com eminentes psicanalistas, quando alguns homens odeiam os outros homens, de forma geral, é porque, no fundo, odeiam-se a si mesmos. Todo assassino é suicida, e todo suicida, um assassino.</span></span></span></p><div align="justify"><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;"> </span></span></span></div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:12.0pt;text-align:justify;line-height: normal" align="justify"><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;">Segundo os moralistas da escola que expulsaram uma aluna em São Paulo, ela vestia roupas provocantes. Qual é a escala que separa a sedução da provocação? Quais são os limites para que uma pessoa possa expor ou não o seu próprio corpo? Em uma sociedade erotizada, principalmente pela propaganda comercial, que usa o corpo feminino como apelo de consumo, é natural que muitas mulheres se sintam estimuladas a vestir-se como os modelos dos anúncios. Em nosso tempo, o apelo ao erotismo está em quase toda parte, na música, na literatura, na televisão e no cinema.</span></span></span></p><div align="justify"><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;"> </span></span></span></div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal" align="justify"><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:arial;"><span style="color:#cccccc;">Têm sido freqüentes os atos de intolerância contra os alunos diferentes, seja pela cor, pela condição social, pelas dificuldades de locomoção ou de expressão. É hora de colocar limites severos a esses atos estúpidos – em nome da essencial liberdade de ser.</span></span></span></p>Mauro Santayanahttp://www.blogger.com/profile/03627872932517827206noreply@blogger.com0